Investimento em qualidade de vida pode reduzir gastos da Previdência, diz Ipea

Brasília – Quase 60% dos benefícios de seguridade social concedidos pela Previdência Social são para pensão por morte ou por doenças incapacitantes. Com isso, a solução para os problemas da Previdência não deve estar centrada apenas na questão do tempo para o trabalhador se aposentar, avalia o chefe da Assessoria Técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Milko Matijastic, ao divulgar hoje (4) o estudo Qualidade de Vida: Suas Determinantes e sua Influência sobre a Seguridade Social.

Para Matijastic, a discussão sobre a questão do deficit previdenciário deve se direcionar também para os problemas que interferem na qualidade de vida da população. “Se quisermos melhorar as condições da Previdência Social precisamos ter em mente que é pouco relevante discutir idade mínima para a aposentadoria, uma vez que 60% dos benefícios são concedidos a pessoas antes mesmo de elas atingirem essa idade. Muito disso se deve à falta de qualidade de vida em três ambientes: o do trabalho, o da rua [urbano] e o da moradia”, disse.

Segundo o pesquisador do Ipea, o estudo mostra que os investimentos nesses setores favorecem para uma Previdência Social mais eficiente. “Portanto, investir em faixas de pedestres, postos de saúde, saneamento, habitação, ou mesmo diminuir o número de carros nas ruas ou a carga horária semanal de trabalho, certamente trariam mais benefícios à Previdência Social, reduzindo seus gastos, do que aumentando a idade mínima para aposentadoria”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil