IV Conferência Nacional de Saúde Mental

Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde convocam para o evento, que acontece entre 27 de junho e 01 de julho.

Estima-se que cerca de 3% da população geral, em todas as faixas etárias, necessite de cuidados contínuos em saúde mental, em função de transtornos mentais severos e persistentes: psicoses, neuroses graves, transtornos de humor graves ou deficiência mental com grave dificuldade de adaptação.

Como envolver os outros setores na solução dos problemas da Saúde Mental? Como ampliar a rede de serviços e a oferta de tratamento? Quais as melhores estratégias para tratar os problemas com o uso de álcool e outras drogas no Sistema Único de Saúde? Qual a melhor abordagem para cuidar do usuário de crack?

Todas essas perguntas serão assunto de discussão na IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial (IV CNSM-I), organizada pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde e parceiros intersetoriais. A IV CNSM-I será realizada entre os dias 27 de junho e 01 de julho, em Brasília, e deverá reunir cerca de 1.600 pessoas, entre gestores e prestadores de serviços dos 26 estados e Distrito Federal, profissionais da área e usuários.

Pela primeira vez, uma Conferência de Saúde Mental traz uma abordagem intersetorial, com a presença de parceiros da Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome, do Ministério da Cultura, do Trabalho e Emprego, da Educação, da Justiça e outros. A intenção é chamar para todos os atores sociais a responsabilidade sobre questões que envolvam a Saúde Mental para que cada um contribua com a parte que lhe couber.

A Conferência, que tem como tema “Saúde Mental – direito e compromisso de todos: consolidar avanços e enfrentar desafios”, terá três eixos estratégicos: Saúde Mental e Políticas de Estado; Consolidar a Rede de Atenção Psicossocial e fortalecer os movimentos sociais; e Direitos Humanos e Cidadania como desafio ético e intersetorial.

Para discutir as questões e elaborar propostas a serem encaminhadas à Etapa Nacional, os municípios realizam as etapas municipais e/ou regionais e os estados promovem as etapas estaduais. Esses eventos já acontecem desde março de 2010.

Panorama da Saúde Mental no Brasil – Hoje a rede SUS conta com diversos dispositivos para atender o paciente com transtorno mental. Estão distribuídos em todos os estados brasileiros 706 CAPS I, 402 CAPS II, 46 CAPS III, 231 CAPS ad e 117 CAPS i, num total de 1.502 serviços. Além dos CAPS, a Atenção Básica, com apoio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), também oferece atenção às pessoas com transtornos mentais. A rede de atenção à saúde mental é diversificada, e também envolve os hospitais gerais, os Centros de Convivência e as ações de geração de trabalho e renda.
Pessoas egressas de longas internações em hospitais psiquiátricos recebem o auxílio reabilitação psicossocial e podem ser acolhidas e morar nas Residências Terapêuticas.

A partir das diretrizes da Reforma Psiquiátrica e desde o marco legal da Lei nº 10.216, a Área Técnica de Saúde Mental da Secretaria de Atenção à Saúde trabalha pela mudança do modelo de atenção, que antes era centrado na internação em hospital psiquiátrico. Atualmente, a maioria dos recursos do Programa é investido na atenção extra-hospitalar. Neste modelo, os pacientes podem ser tratados em serviços abertos, com a garantia do direito à liberdade e à participação de ações na comunidade.

Quem são os usuários da rede – Estima-se que cerca de 3% da população geral, em todas as faixas etárias, necessite de cuidados contínuos em saúde mental, em função de transtornos mentais severos e persistentes: psicoses, neuroses graves, transtornos de humor graves ou deficiência mental com grave dificuldade de adaptação.

Cerca de 9% da população geral, em todas as faixas etárias, necessita de cuidados gerais em saúde mental, na forma de consulta médico-psicológica, aconselhamento, grupos de orientação, ou outras formas de abordagem, em função de transtornos mentais considerados leves.

Transtornos graves associados ao consumo de álcool e outras drogas (exceto tabaco) atingem pelo menos 10% da população acima de 12 anos, sendo o impacto do álcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas ilícitas.