Ministro da Saúde diz que foi alertado pela PF sobre a Labogen

Daniel Mori, do Jornal GGN

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que a Polícia Federal e o Ministério da Justiça o notificaram sobre as denúncias de lavagem de dinheiro por parte da Labogen e a respeito das escutas telefônicas em que o nome do seu antecessor, Alexandre Padilha, é citado em conversa do deputado licenciado André Vargas com o doleiro Alberto Youssef. Chioro comentou o caso rapidamente com jornalistas, em passagem por São Paulo, onde apresentou o programa Mais Médicos para alunos de Direito.

Segundo ele, antes da veiculação do conteúdo das escutas, o Ministério da Saúde foi alertado e imediatamente mandou suspender a parceria da Labogen com o Laboratório da Marinha. “Dias antes de começar a sair pela imprensa, nós fomos notificados de que havia um processo de investigação e solicitaram informações. A partir desse momento tivemos acesso ao inquérito preliminar e imediatamente tomamos as providências. Objetivamente, esse produto está cancelado”, disse o ministro.

No entanto, a declaração de Chioro é diferente da do ex-ministro, Alexandre Padilha, que disse em coletiva de imprensa que ficou sabendo pela sua assessoria de imprensa, que por sua vez só soube ao ser procurada por jornalistas.

Por outro lado, reafirmou o que o ex-ministro já tinha dito, de que não existe contrato com da pasta com laboratório privado. “Trata-se de um termo de parceria que existe entre a Labogen, a EMS e o Laboratório da Marinha. O Ministério da Saúde não tem nenhum contrato, nenhum instrumento formal”.

A Labogen, no caso, entraria como fornecedora de matéria-prima para o Laboratório da Marinha, o que acabou não se concretizando. “Não houve nenhum pagamento feito a este laboratório. Se eles obtivessem êxito na produção do insumo do produto farmacêutico e conseguisse entregar o remédio (eles tinham um prazo de dois anos para fazer isso), o contrato seria feito com o laboratório público e se fosse entregue os medicamentos, seria pago ao Laboratório da Marinha”, concluiu Chioro.