Nota de repúdio ao machismo, homofobia e violência na FMUSP

Por Vilma Reis, da Abrasco.

 

Diante das denúncias de violência sexual, 3 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foram ouvidas pela Comissão Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDH), numa audiência pública realizada na terça-feira, dia 11 de novembro de 2014, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Membro da Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco, a professora Márcia Couto do Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, enviou Nota para expressar a indignação perante o caso ‘A partir de várias denúncias de violências sexuais, trotes violentos, castigos físicos, humilhações, machismo, racismo e discriminação social ocorridas na Faculdade, o Ministério Público de SP abriu investigação e tivemos uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa. Diante dos relatos presenciados por professores nesta Audiência, foi redigida uma Nota para ampla divulgação na qual explicita o apoio às vítimas, reforça a importância da investigação dos casos narrados e se compromete com a mobilização que já está em curso na Faculdade de realizar um trabalho que visa a promoção dos direitos humanos no ambiente acadêmico. O departamento está empenhado na luta com os alunos, pela punição exemplar dos envolvidos e pela valorização de uma cultura dos direitos aqui na FMUSP’, arremata Márcia.

Ainda no dia 14 de novembro, o médico Paulo Saldiva pediu afastamento do cargo de professor titular da FMUSP. Ele alegou, entre outros motivos, a falta de um posicionamento oficial da instituição sobre as denúncias feitas por estudantes de medicina de casos de violência sexual contra mulheres e abusos contra estudantes negros e negras e homossexuais dentro da faculdade na audiência pública de terça-feira (11) na Assembleia Legislativa de São Paulo. “Para mim foi a gota d’água”, disse Saldiva ao site de notícias G1.

Segundo a estudante Marina Pikman, do coletivo feminista Geni, formado no final de 2013 dentro da FMUSP, é comum que as alunas reclamem do constrangimento a que são submetidas logo quando chegam à faculdade. “Há muita ênfase na hierarquia, em tirar a identidade do calouro, falar: ‘você não sabe de nada, esquece toda a sua vida pregressa que e a gente vai te ensinar’. Com as mulheres, isso acontece de forma machista, os veteranos acham que têm livre acesso às calouras”, diz. Assista à entrevista da aluna:

 

A Abrasco se solidariza e apoia a iniciativa dos professores. Confira a Nota na íntegra.

 

Fonte: Abrasco