“Presidente Dilma, não deixe o programa brasileiro de Aids morrer!”

Em manifesto público, Fórum de ONG-Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) reivindica mudanças na condução do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde e exige:

  1. Ampliação e melhoria dos serviços do SUS, especializados em HIV-Aids
  2. Respeito ao Estado laico com retomada das campanhas governamentais de prevenção dirigidas às populações mais vulneráveis, com conteúdos contra o estigma e a discriminação, conforme Recomendações da Organização Mundial da Saúde
  3. Retomar a promoção dos Direitos Humanos tanto na oferta de tratamento como na oferta da prevenção, respeitando a autonomia das pessoas
  4. Ampliação da oferta do teste de HIV para populações mais vulneráveis e tratamento em tempo oportuno
  5. Plano com metas claras de redução de novas infecções e do número de mortes por aids no Brasil
  6. Respeito e valorização das ONGs e movimentos da sociedade civil, como parceiros fundamentais da luta contra a aids no Brasil.

 

No documento, o Fórum afirma que são desumanais, inadmissíveis e inaceitáveis as mais de 12 mil mortes em decorrência da Aids no Brasil e aponta para a insuficiência do programa brasileiro de combate à Aids. Desde o ano de 2001, quando o Brasil registrou 10.942 mortes (o menor até então), o número de mortes aumentou ou se manteve estacionado.

Ontem, 19 de novembro, manifestantes ocuparam o vão livre do Museu de Artes de São Paulo (MASP) em protesto e pretendeu chamar a atenção para o atual cenário da Aids. Carregando cruzes pretas, que simbolizam os milhares de mortos, eles saíram em caminhada até a esquina da Paulista com a Augusta, onde fica o escritório da Presidência da República em São Paulo.

Mario Sheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP, falou ao site da Abrasco: “A persistência da mortalidade nesses patamares é sinal da falência do Programa Brasileiro de Combate à AIDS. Que o governo ouça esse manifesto da sociedade civil!”.

Comparativamente, a taxa de mortalidade de Aids no Brasil por 100 mil habitantes em 2012 (último dado disponível) foi de 6,2 óbitos. Há sete anos, em 2006, a taxa era menor: 5,9 por 100 mil habitantes. O manifesto alega que é injustificável este aumento, bem como a manutenção de novos casos tal qual em 1996, 12 anos atrás.

Leia o documento na íntegra.