Realização da 16ª Conferência é uma vitória e mostra força do movimento sanitário, afirma Lúcia Souto

A 16ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília de 4 a 7 de agosto, foi uma verdadeira vitória da mobilização do movimento pelo direito à saúde do Brasil. Essa é a avaliação da presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes, Lúcia Souto, que participou ativamente de todo o evento.

De acordo com ela, as dificuldades para a realização da Conferência foram gigantescas, “até muito perto da data de início não se sabia nem o lugar onde ia acontecer”, por exemplo. Lúcia destacou ainda que esta edição aconteceu com apenas um terço do orçamento das demais conferências, ocorridas em anos anteriores.

Entretanto, mesmo diante de toda a ofensiva atual, por parte do governo federal, contra a democracia, a soberania do País e os direitos sociais, a 16ª Conferência aconteceu e deixou um saldo positivo. Isso só foi possível devido à grande mobilização nacional, em um movimento que partiu de baixo para cima, a partir da articulação nos municípios.

Lúcia falou ainda sobre a importância de o movimento sanitário se manter articulado. “A Conferência é um ponto num processo, que não se encerra aqui. Há muitas motivações para que nacionalmente a gente se considere em processo permanente de mobilização”, afirmou.

Para a presidenta do Cebes, estamos vivendo uma disputa civilizatória no Brasil, em que dois projetos de sociedade se confrontam.

“Defendemos o projeto de sociedade expresso na Constituição de 1988, que coloca a questão da proteção social e da saúde como direito de cidadania. Para nós, são pilares de uma sociedade civilizada.”

A palavra de ordem que resume a Conferência, segundo Lúcia, é que “o SUS é do povo e ninguém vai abrir mão disso”. Os participantes mostraram confiança e esperança de que a política selvagem contra o povo brasileiro será derrotada.

“Saúde interfere na soberania popular, no fato de as pessoas terem autonomia, felicidade, bem estar, e enfrentar a desigualdade, que é um dos maiores problemas do Brasil”, concluiu Lúcia.

Cebes

Lúcia falou ainda sobre o papel ativo do Cebes em relação à 16ª Conferência Nacional de Saúde, tendo realizado e participado de diversas conferências livres preparatórias para o evento principal. Além disso, o documento com propostas do Cebes foi distribuído e muito bem recebido pelos participantes.

“A nossa presença foi real, com bastante intensidade, com propostas, e já estamos pensando nos desdobramentos pós-Conferência”, destacou.

Abertura CNS