Presidenta do CEBES comenta no jornal Brasil Atual a marca de 100.000 mortos por covid-19 no Brasil

A presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) Lúcia Souto conversou essa terça-feira (11) com o Jornal Brasil Atual, da TVT, sobre a marca de 100.000 óbitos por covid-19 no Brasil.

A médica sanitarista também abordou o Plano Nacional de Combate à Covid-19, elaborado pela Frente pela Vida, diante da falta de um planejamento do governo federal para enfrentar a pandemia de coronavírus. O documento pode ser baixado nesse link e no final desse texto.

Lúcia abordou também o fato do Sistema Único de Saúde (SUS) ter perdido financiamento desde a promulgação da Emenda Constitucional 95 (EC 95, também conhecida como Teto de Gastos), a demora do Ministério da Saúde em liberar verbas para enfrentar a pandemia – que pode ser usada para pagar os salários atrasados de profissionais de saúde na cidade do Rio de Janeiro e em Duque de Caxias -, como a falta de clareza do governo federal (e insistência em assuntos como cloroquina) atrapalha a sociedade se preparar contra o coronavírus, a necessidade de reativar o Centro de Operações de Emergência (COE) – as entidades da saúde coletiva da Frente pela Vida demandam a incorporação ao COE para poder ajudar na formulação de políticas públicas contra a pandemia. “Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus é que está no comando da pandemia no Brasil”, lembrou.

A pesquisadora também aborda a necessidade de reorganizar a rede de Atenção Básica para ajudar no enfrentamento ao covid-19 atuando com vigilância ativa, rastreando e identificando casos suspeitos e ajudando quem realmente está doente. Segundo ela, o Brasil poderia fazer uso de Agentes Comunitários de Saúde para auxiliar nos esforços contra o coronavírus. “Há municípios oferecendo hotéis para quem não tem condições de fazer isolamento. Existem favelas organizando espaços para esse mesmo objetivo“, disse.

Lúcia apontou ainda a necessidade de manutenção de suporte financeiro para que as pessoas em situação de vulnerabilidade possam fazer o isolamento social e também a revalidação de diploma de profissionais de saúde que se formaram no exterior, além da reconversão de parte do parque industrial brasileiro para atender a demanda do setor de saúde por equipamentos..

Veja abaixo a entrevista da presidenta do CEBES: