Carta da Sociedade Paulista de Infectologia sobre vacinas contra a covid-19: “A infectologia paulista tem pressa, porque a vida não pode esperar”

Somos médicos infectologistas. Temos o compromisso de estudar, pesquisar, tratar e prevenir as doenças infecciosas. Convivemos com diversas emergências em Saúde Pública, nos hospitais e na comunidade. Trabalhamos com os gestores (sem olhar ideologias) e colegas para alertar e aconselhar. Somos os primeiros a chegar.

Estamos enfrentando a mais grave crise sanitária dos últimos 100 anos: a
COVID-19. Uma vez mais, foi a Ciência que veio nos socorrer. Descobrimos o vírus, compreendemos a doença, aprendemos como nos proteger e tratar, sempre amparados no conhecimento científico. E, em tempo recorde, temos não uma, mas várias vacinas. Claro que novas vacinas precisam de mais tempo de acompanhamento, para atender a todos os requisitos científicos e então serem disponibilizadas à população; mas tempo é o que não temos nesse momento!

Agora precisamos que vacinas sejam aprovadas emergencialmente e para tanto há previsão científica e legal. Além disso, temos os desafios logísticos de vacinar a população brasileira em um país com dimensões continentais.

No dia 08 de dezembro de 2020, o Reino Unido iniciou sua campanha pública de vacinação. Será que teremos que esperar alguns meses para iniciar a nossa? A cada minuto brasileiros infectam-se e morrem. É inaceitável que a vacina contra a COVID-19 seja tema polêmico!

Todos os esforços do Ministério da Saúde deveriam estar concentrados no
planejamento e execução ao Programa Nacional de Imunização contra a COVID-19, utilizando todas as vacinas possíveis.

A Anvisa tem por dever e obrigação avaliar emergencialmente os dossiês das vacinas a ela apresentados e, sem perder o rigor técnico e científico, aprovar ou não as que se mostrarem seguras e eficazes.

Não podemos deixar o país a deriva, com soluções localizadas em planos
Estaduais e Municipais. Trata-se de uma questão fundamental para a Nação como um todo: salvar vidas! E vai além, pois essa é a única possibilidade que entendemos ser possível para restaurar o nosso cotidiano, desde a economia, a abertura das escolas, até nossa vida social, afetiva e cultural!

Nós, a turma do “fique em casa, use máscara, faça distanciamento social”,
queremos ser os primeiros a dizer que todos podem voltar a se ver, a se abraçar e a viver. Mas para isso, cada minuto é fundamental!

Sociedade Paulista de Infectologia