Cebes e Frente pela Vida nas ruas nesse #19J por comida no prato, vacina no braço, auxílio emergencial de R$ 600 até o final da pandemia e #ForaBolsonaroGenocida!

Integrantes do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e da Frente pela Vida, junto com ativistas, integrantes de movimentos sociais e brasileiros em geral, foram às ruas nesse 19 de Junho com as bandeiras de comida no prato, vacina no braço, auxílio emergencial de R$ 600 até o final da pandemia e fora Bolsonaro! Ainda nesse sábado, o Brasil registrou oficialmente a marca de 500 mil óbitos por covid-19 e o cenário para os próximos meses não é o mais animador, tendo em vista que a média móvel de mortes voltou a bater a marca de 2 mil óbitos por dia e a vacinação não está no ritmo ideal, mesmo com a melhora registrada nas últimas semanas. A marca de 400 mil mortes pela doença foi atingida em 29 de Abril, 52 dias atrás. Em 1o de janeiro deste ano, o Brasil tinha cerca de 195 mil mortos pela doença.

A mobilização se mostra necessária e urgente (com máscaras adequadas e distanciamento social) porque o governo federal de Jair Bolsonaro dobra a aposta no discurso antivacina e na erosão dos pilares da democracia brasileira. Enquanto notícias veiculadas na imprensa apontam que o Ministério da Saúde quer encerrar o contrato com o Instituto Butantan para a produção da Coronavac, o presidente volta a apostar na propalada ‘imunidade de rebanho’ ao dizer em live da última quinta-feira que para combater o coronavírus é mais eficaz se contaminar pelo SARS-Cov-19 que tomar a vacina – na realidade, deixar o vírus correr só deixa a população vulnerável ainda mais vulnerável e abre caminho para o surgimento de novas variantes.

A praticamente inexistente campanha de vacinação contra a covid-19 também é parte do plano desse governo. Até o momento, o Brasil gastou mais com propaganda sobre o ineficaz “kit covid” que com a vacinação contra a pandemia. Com fake news rolando solta entre veículos de mídia governistas e redes sociais, parcela da população e surgem relatos de pessoas se negando a tomar a Coronavac em prol de outras vacinas. Parte das pessoas que tomaram a 1a dose não procuraram locais de vacinação para tomar a 2a dose.

A CPI da Pandemia começa a delinear a estratégia genocida do governo que levou o Brasil ignorar por meses as ofertas de imunizantes contra a covid-19 – a Pfizer chegou a enviar pelo menos 81 e-mails para o Ministério da Saúde a procura de um acordo pelas vacinas. Documentos enviados pelo Itamaraty apontam que a farmacêutica chinesa SinoVac pediu o fim de ataques e provocações por parte do governo federal, e dos filhos do presidente, à China em prol de uma melhor relação para a entrega de insumos para a vacinação. E se torna mais claro a existência de um “Gabinete Paralelo” que aconselha(va), a favor do propalado “kit covid” (à revelia de evidências científicas), o presidente da República sobre o enfrentamento à covid-19.

Dimas Covas, diretor do Butantan, disse na CPI que o Brasil poderia ser pioneiro na vacinação se em 2020 o governo federal tivesse agido em prol da vacinação. Também na CPI, o representante da Pfizer disse que a empresa queria transformar o Brasil numa vitrine para a vacinação contra a covid-19.

Alheia aos crimes cometidos pelo presidente da república a Câmara dos Deputados senta em cima de 122 pedidos de Impeachment do mandatário enquanto ‘passa a boiada’ pra cima da população. Para aprovar as medidas do governo federal, parte dos parlamentares ganharam um “incentivo” via Orçamento Paralelo de pelo menos R$ 3 bilhões. Enquanto a oposição parlamentar denuncia os desmandos desse governo, a base governista, que se diz “direita cristã”, parece se inspirar não em Jesus Cristo, mas em Pôncio Pilatos ou até mesmo naquele apóstolo das 30 moedas.

Em fevereiro, o Congresso tentou pautar a PEC Emergencial (PEC 186/2019), que acabaria com os pisos constitucionais de investimento em Saúde e Educação com a desvinculação total do orçamento do Governo Federal, dos Estados e Municípios. Seria o fim do SUS no meio da pandemia mais mortal dos últimos 100 anos. A reação da sociedade civil ajudou a derrubar a pauta dessa vez.

Há retrocessos em todas as áreas da sociedade civil.

Enquanto pesquisadores brasileiros são perseguidos por criticarem a não-condução do governo federal no enfrentamento à pandemia, militares da ativa sobem em palanques políticos sem maiores consequências – mesmo que esse ato seja expressamente proibido pelo Regulamento Disciplinar do Exército. O desmatamento corre solto, batendo recorde atrás de recorde. A fome no Brasil voltou com força. A inflação cresce e retira o poder de compra da população. A falta de chuvas eleva a conta de luz e a ameaça do racionamento de água. A grilagem e o garimpo ilegal invadem cada vez mais terras indígenas e da União. Funai recorreu à Polícia Militar do Distrito Federal, que lança bombas de gás lacrimogênio contra indígenas que protestavam contra PL que modifica processo de demarcação de terras. Fundação Palmares faz expurgo de livros. Ministério da Educação quer criar “tribunal ideológico”, com atenção a “valores morais”, para o ENEM. Enquanto há corte de verbas para Educação e pesquisa, há aumento para financiamento da Defesa. E o próprio Ministério da Saúde lança mão de ações conta o aborto legal. Essa enumeração poderia continuar indefinidamente…

Essas ações são para mobilizar a base eleitoral do bolsonarismo de olho nas eleições de 2022. Caso o atual mandatário seja reeleito, ele deve seguir o exemplo de governos autoritários como Polônia, Hungria e Filipinas para concentrar o poder em si, enquanto atua para continuar a esvaziar o poder das instituições da República.

Todas essa política de desmonte e redução de direitos, e muitas outras mais, faz com que o Cebes, as entidades da Frente pela Vida e a sociedade civil em geral fossem às ruas nesse 19 de Julho para lutar por dois dos pilares da Nova República brasileira: Saúde e Democracia!

Cebes presente!

Veja a seguir imagens das participações de integrantes do Cebes nas manifestações de hoje:

Rio de Janeiro – RJ

Caicó – RN

Brasília – DF

Salvador – Bahia

Goiânia – GO

Recife – PE

Maceió – AL