O direito de nascer no tempo certo

A principal causa da mortalidade infantil, em crianças de até sete dias de vida, é a prematuridade. Hoje ela atinge 10,5% dos nascimentos no Brasil. E você pode ajudar a mudar esse cenário.

Esse dado foi divulgado em fevereiro de 2013 pelo Ministério da Saúde e fazem parte da pesquisa “Nascer no Brasil”, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz.

O problema é tão grave que a Fundação Bill & Melinda Gates vai destinar US$ 8 milhões em financiamento para pesquisas sobre as causas, consequências e tratamentos para evitar os partos prematuros no nosso país, em parceria com o Governo Federal.

Durante 2012, os pesquisadores ouviram 24 mil gestantes em 266 hospitais de 161 municípios. Um dos principais motivos que levam aos altos índices de partos prematuros é o excessivo número de cesáreas, que chega a 90% no setor privado e, em alguns hospitais, alcança os 100%.

Mas, há outros responsáveis pela prematuridade. Um deles é o tabagismo no período pré-natal. Por isso, o papel de quem atende gestantes fumantes é justamente orientá-las para que abandonem o cigarro e preservem a saúde de seus filhos.

A Enciclopédia da Criança traz informações importantes a respeito. Dentre elas, uma lista as consequências psicossociais associadas ao tabagismo materno pré-natal:

• Orientação e responsividade auditiva reduzidas
• Aumento de tremores e sobressaltos em recém-nascidos
• Resultados inferiores em testes de desempenho cognitivo geral nos anos pré-escolares
• Problemas psicológicos e de comportamento antes do ingresso na escola
• Baixos resultados no domínio verbal durante os anos escolares
• Hiperatividade, desatenção e impulsividade na escola
• Problemas de comportamento na escola
• Distúrbios de conduta e abuso de substâncias na adolescência.

Mas, há luz no fim do túnel. Pesquisas indicam que campanhas antifumo têm ajudado a diminuir os partos prematuros. Foi o que aconteceu na Bélgica: um estudo de 600 mil partos constatou três quedas sucessivas no número de bebês nascidos com menos de 37 semanas (cada fase de reduções aconteceu logo após ações de campanhas antitabagismo).

Depois das fases de 2007 e 2010, os partos prematuros caíram cerca de 3% em cada período.

No Brasil, ainda não existem estudos conclusivos a respeito. Mas, a lei está aí.

A nossa tarefa é dar subsídios concretos às mamães fumantes para que entendam a gravidade do problema e mudem seus hábitos. Por isso, vale a pena ler sobre o tema na Enciclopédia da Criança para ampliar e fortalecer seus argumentos.

Quando puder, assista este vídeo, do “Programa Sala de Convidados Entrevista”, para saber mais sobre a questão das cesarianas.