Rojo es revolución: Dignidade menstrual é tema de ação na Colômbia

Acesso a produtos de higiene adequados é fundamental

Vermelho é revolução. Com essa chamada, estudantes da Universidad Nacional de Colômbia, sede La Paz (Caribe), discutiram a importância da existência de políticas públicas que garantam dignidade menstrual às universitárias, assim como às pessoas que menstruam em toda a sociedade. Além de debates, organizados pelos representantes do corpo discente Jharold Serpa e Luis Rabelo em conjunto com membros do movimento estudantil “UnidosXLaPaz”, durante as atividades programadas foram distribuídos kits com produtos para adequada gestão do período menstrual às alunas pertencentes aos mais baixos extratos sociais, no segundo semestre de 2023 e no primeiro semestre de 2024. A ação surgiu a partir de iniciativa da pesquisadora brasileira Luciana Narciso, embaixadora do movimento Parent in Science.

 De acordo com informações oficiais do governo colombiano publicadas nas Notas Estatísticas do Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas (DANE), entre maio de 2021 e maio de 2021 2022, em média 15,1% das mulheres que tiveram o período menstrual relataram dificuldades económicas na aquisição dos elementos necessários para cuidar deles. Em algumas regiões da Colômbia, esse número chega a 33%.

Os impactos causados por um cenário como esse à vida de quem menstrua, tais como a utilização de itens inapropriados que podem resultar em infecções ginecológicas e falta de acesso a medicamentos para controle das cólicas menstruais, reverberam na dificuldade e até mesmo na impossibilidade de cumprir com compromissos estudantis e laborais, o que afeta diretamente a possibilidade de que prosperem socialmente.

“Estamos trabalhando para consolidar espaços de treinamento focado na dignidade menstrual e outros tópicos relacionados, mas precisamos de muito apoio, portanto, esperamos continuar contando com o seu apoio para continuar esse processo que iniciamos juntos”, afirmou a representação estudantil, que agradeceu, em ofício, pelas doações que viabilizaram a iniciativa.”Sim, vermelho é revolução, e é preciso somar forças para que possa acontecer! Que essa mobilização siga firme, em fluxo contínuo, até encontrar todo apoio necessário para uma conquista permanente da garantia de direitos fundamentais que favoreçam a permanência das estudantes nos espaços de formação”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 28 de maio como Dia Internacional da Dignidade Menstrual. A data foi criada pela para chamar atenção para a falta do acesso básico a produtos de higiene adequados para meninas, mulheres e demais pessoas que menstruam e que vivem em situação de vulnerabilidade. Essa precariedade traz consequências como ausências escolares e no trabalho e a necessidade de usar objetos como papel higiênico, jornais, papelão, roupas velhas e até miolo de pão no lugar de absorvente.

No Brasil, o Decreto 11432/2023 instituiu a criação do Programa Dignidade Menstrual , com oferta gratuita de absorventes para pessoas de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública ou em situação de vulnerabilidade. A iniciativa garante a distribuição de absorventes pelo Sistema Único de Saúde por meio do Programa Farmácia Popular, com mais de 30 mil unidades credenciadas.