Alegações de Padilha

Correio Braziliense – 24/08/2012

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou ontem que a falta de medicamentos registrada em várias clínicas e hospitais do país não é consequência da greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está quase completando 40 dias. “Estabelecemos um fluxo prioritário para remédios e insumos hospitalares, que estão sendo liberados no mesmo ritmo de antes da paralisação”, garantiu.

Segundo ele, 70% dos funcionários da agência estão trabalhando e foram adotadas medidas de contingência para assegurar o fornecimento de produtos essenciais na área de saúde, incluindo convênios com órgãos estaduais. Padilha disse que os casos de desabastecimento que vêm sendo verificados são motivados por fatores alheios à greve. E acusou os fornecedores pelos transtornos: “É inadmissível que pessoas físicas e jurídicas aleguem que a Anvisa está segurando cargas, quando não cumprem os seus contratos de fornecimento de medicamentos”, afirmou.

Retenção
Apesar das alegações do ministro, entidades ligadas a serviços de saúde afirmam que produtos essenciais estão retidos em portos e aeroportos por não conseguirem liberação dos órgãos oficiais. Auditores e técnicos da Receita Federal também informam que há mercadorias paradas nas aduanas devido ao movimento da categoria. “Fazemos paralisações de terça a quinta-feira. Nos outros dias, não temos estrutura suficiente para liberar todos os produtos” disse presidente do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Sindfisco) no Rio, João Abreu.