Saúde e transporte dominam propaganda no Rio

Valor Econômico – 27/08/2012

Saúde e transporte foram os temas dominantes na propaganda dos principais candidatos à Prefeitura do Rio no rádio e na TV, onde sobraram apresentações e faltaram propostas.

Mais conhecido e com 16 minutos no horário eleitoral, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) teve tempo de sobra para mostrar realizações. “Ele está em uma posição muito cômoda, pois os outros candidatos ainda estão se apresentando”, diz o cientista político Ricardo Ismael, da PUC do Rio, para quem é comum opositores gastarem a primeira semana de propaganda em apresentações.

O prefeito destaca a saúde como a principal pasta de sua gestão. Hoje o orçamento da saúde é de R$ 4 bilhões, um quinto dos gastos da prefeitura em 2012, de R$ 20,5 bilhões. O destaque são as Clínicas da Família, construídas por ele ao custo médio de R$ 2,5 milhão cada. Hoje são 58 que atendem a 2 milhões de pessoas, 35% da população carioca.

A promessa é duplicar esse número, chegando a 70% da população. Para o prefeito, o plano é viável pois o investimento na atenção básica desonera as contas dos hospitais.

Rodrigo Maia (DEM) tem direcionado sua campanha à população carente. “O Rio está bombando, bombando para quem?” repete seu programa, em uma crítica ao prefeito. Na TV o candidato apresenta sua trajetória. Mas em entrevista ao “RJTV”, da TV Globo, acusou o prefeito de gastar R$ 2,4 bilhões em contratos com Organizações Sociais na saúde, contratadas para gerir as Clínicas da Família, que chama de privatização da saúde. Maia promete criar planos de carreira e valorizar o salário dos médicos da rede municipal.

Na sexta-feira, o candidato Otávio Leite (PSDB) fez o programa mais propositivo. Afirmou que a saúde não vai bem e prometeu contratar mais médicos. Leite disse que vai criar uma faculdade de medicina na zona oeste. Com o tempo da obra somado à duração do curso de medicina, a ideia não deve solucionar a carência de médicos no curto prazo.

Atrás apenas do prefeito Paes nas pesquisas, Marcelo Freixo (PSOL), usou boa parte de seu tempo de TV e rádio para se apresentar. No rádio, criticou as condições do transporte público na cidade e a priorização do modelo rodoviário. “Ônibus não é transporte de massa”, diz. Paes tem nas quatro vias expressas de ônibus – uma já concluída – o destaque de sua política de transporte no próximo mandato.