Ingestão de álcool no Brasil é superior à média mundial; e paulistanos têm excesso de gordura no corpo

Do Saúde Web

A Organização Mundial de Saúde divulgou nesta segunda-feira (12/05) um levantamento que posiciona o Brasil entre os países cuja população mais consome álcool. Os dados alertam que 3,3 milhões de mortes no mundo em 2012 foram causados pelo uso excessivo do álcool, 5,9% de todas as mortes. Além da dependência, a bebida pode levar ao desenvolvimento de outras 200 doenças, segundo pesquisa.

Entre os 194 países avaliados, o consumo médio mundial para pessoas acima de 15 anos é de 6,2 litros por ano. No caso do Brasil, os dados apontam que o consumo médio é de 8,7 litros por pessoa por ano. Esse volume caiu entre 2003 e 2010. Há dez anos, a taxa era de 9,8 litros por pessoa.

As projeções até 2025 mostram que o consumo voltará a aumentar, ultrapassando a marca de 10,1 litros por ano por pessoa. Em 1985, o consumo não chegava a 4 litros por pessoa por ano.

No caso brasileiro, a diferença entre o consumo masculino e feminino é profundo. Entre os homens, a taxa chega a mais de 13 litros por ano, enquanto a quantidade é de 4 litros para mulheres; sendo que 60% do consumo é de cerveja e apenas 4% do é representado por vinho.

Entretanto o que mais preocupa a OMS são os casos de abusos no consumo. No mundo, a média é de 7,5% da população que experimentou em algum ponto do ano um caso de um consumo excessivo de álcool. No Brasil, porém, a taxa é de 12,5%. Num ranking de números de anos perdidos de vida saudável, Brasil está entre os líderes.

Em todo o mundo, a Europa é a região onde os índices de consumo são os mais elevados per capta, com diversos países apresentando taxas acima de 10 litros por ano.

Excesso de gordura

Outro fator que auxilia na avaliação da saúde de uma população é a alimentação e, no caso da cidade de São Paulo, foi constatado um excesso de gordura no organismo dos habitantes: cerca de 68% das mulheres e 50% dos homens. É o que revela estudo realizado em abril pelo programa Meu Prato Saudável, parceria do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas com a LatinMed Editora em Saúde.

Foram avaliados 171 adultos entre 18 e 59 anos, durante a feira de saúde da Associação Comercial de São Paulo, realizada no Páteo do Colégio no começo de abril. Todos passaram pelo exame de bioimpedância, que determina a proporção de massa gorda e magra, além de mostrar quanto é água, quanto é músculo e quanto é gordura. O exame leva cerca de 3 minutos.

Entre todos os participantes, 35% tiveram seus níveis de gordura avaliados como alto, e 57%, como muito alto, com maior prevalência entre as mulheres. Somando os índices “alto” e “muito alto” os resultados – fora do considerado adequado – chegam a 92% para ambos os sexos.

Para ser considerada adequada, a taxa de gordura deve estar entre 10% e 20% para os homens e nas mulheres entre 15% e 25%. Acima de 30% de massa gorda, no caso dos homens, e de 35%, para mulheres, o índice é considerado muito alto.

Esses altos níveis de gordura representam risco aumentado para doenças, como diabetes mellitus, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias, pancreatite, doença hepática gordurosa não alcoólica e câncer, entre outras.

O programa “Meu Prato Saudável” tem por objetivo mudar os hábitos alimentares da população, por meio demetodologia facilitada, mostrando o que e o quanto colocar no prato das refeições, seja café da manhã, almoço ou jantar e os lanches intermediários.

A metodologia do “Meu Prato saudável” ensina: preencha metade do prato com verduras e legumes (crus e cozidos) e a outra metade, divida em carboidratos (arroz, massas, batata, mandioca ou farinhas) e proteínas (animal e vegetal).