Anvisa reforça discurso para o banimento de inibidores de apetite

Durante uma audiência pública realizada ontem (02/04) no Senado, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, reiterou a ideia de se proibir a venda de medicamentos inibidores de apetite que contenham sibutramina e os anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol). Do outro lado da discussão, representantes dos endocrinologistas argumentam que os benefícios desses medicamentos são maiores que os riscos.

Segundo o presidente da agência reguladora, a decisão deve ser anunciada depois de reunião marcada para junho com representantes das agências reguladoras dos Estados Unidos (FDA) e da Europa (EMEA), que já proibiram a venda de algumas das substancias em discussão. De acordo com a representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Rosana Radominski, é preciso manter a venda dos medicamentos e adotar uma maior fiscalização da comercialização.

– A proibição é uma medida drástica. A situação mais importante é haver um maior controle do uso dessas medicações para que possam ser utilizadas para a finalidade correta, que é no tratamento da obesidade e sobrepeso com complicações.

Para o médico sanitarista José Ruben Bonfim, coordenador-executivo da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos, a manutenção da venda dos medicamentos anoréxicos decorre de questões comerciais. Segundo ele, o Brasil é o maior fabricante desse tipo de produtos.

– Como explicar que os anfetamínicos tenham saído do mercado da Europa, da Austrália, Nova Zelândia, e no Brasil eles têm sido de um consumo crescente. A única explicação está relacionada ao comércio.

Segundo dados da Anvisa, no Brasil são consumidos anualmente 58 toneladas de produtos a base de anfetamina e outras 24 toneladas de sibutramina. Um valor considerado alto.