Ato Público de Apoio a Gastão Wagner
O médico-sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, responsável e mentor da Política Nacional de Humanização quando secretário-executivo do Ministério da Saúde (2003-2005), está sendo arrolado injustamente em processos civis e criminais pela aquisição de materiais permanentes, por meio de convênios celebrados com entidades de saúde, cujos recursos estavam atrelados a emendas parlamentares e repassados regular e legalmente pelo Ministério da Saúde, mas executados ilicitamente pelas entidades receptoras.
Em defesa do nome e honra e da idoneidade ético-política desse renomado sanitarista, desde 1982 professor da Unicamp, o Instituto de Direito Sanitário (Idisa) promove Ato Público de Desagravo no dia 3 de junho às 12h15, no Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, em Campinas.
O presidente do Idisa e diretor do Cebes, Nelson Rodrigues dos Santos, que militou com Gastão no Movimento da Reforma Sanitária, convida a todos a participar do ato. Caso não seja possível o comparecimento, pede que encaminhe manifestação de apoio antecipada ao e-mail idisa@idisa.org.br. Além de Nelson, estarão presentes no ato outros dois representantes do Cebes, os diretores Mário Scheffer e Ligia Bahia.
O apoio é essencial, “mas é preciso ir além e tomar medidas pró-ativas”, avalia a presidente do Cebes Sonia Fleury, convocando para isso todo o movimento sanitário. Abaixo, a mensagem de Sonia e suas sugestões quanto ao tema:
“Esperei até agora porque o Cebes está preparando uma manifestação institucional de apoio ao Gastão. Mas, pessoalmente, sinto-me no dever de expressar meu total apoio a este renomado profissional e meu repúdio ao sistema que se criou, o que tem se tornado um martírio para vários gestores.
Além dessa excelente iniciativa de desagravo, creio que devemos pensar numa posição mais pró-ativa em relação a essa questão. É um absurdo que estas questões tenham sido, até agora, vividas como pessoais, quando elas são políticas e devem ser enfrentadas coletivamente.
O que podemos fazer?
1 – Deveríamos, de início, ter um registro dos casos e saber as dimensões do problema. O Conasems poderia apoiar uma iniciativa de investigação. Deveríamos criar um banco de dados, pois a publicização é importante para sairmos dessa zona cinzenta em que essa questão é tratada.
2- Uma linha de ação política para confrontar-se a essa tendência deve ser assumida coletivamente.
3- Deveríamos pensar em medidas de apoio jurídico e financeiro.
Sei que não é fácil enfrentar essa questão pois, quando conhecemos as pessoas, sabemos que são honestas e devem ser apoiadas. Mas, quando não as conhecemos, temos o temor de nos envolvermos com procedimentos escusos. Por isso, acho que algumas estratégias gerais de defesa do gestor, dentro do Estado de direito devem ser buscadas pelo movimento sanitário, comprometendo as instituições governamentais e não-governamentais”.
Sonia Fleury