Brasil investe em pesquisa de medicamentos biotecnológicos, mais seguros e eficazes
Isabela Bastos, O Globo
RIO – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quarta-feira, dois guias com regras para o registro de medicamentos biotecnológicos no Brasil. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o governo federal espera, com a publicação dos guias, estimular a produção nacional de desse tipo de produto, abrindo caminho para a redução dos custos de aquisição dos remédios, hoje importados. Para o ministro da Saúde, o barateamento dos fármacos permitirá a ampliação do atendimento à população através do Sistema Único de Saúde (SUS). Padilha participou, no Rio, da abertura da Conferência Mundial de Determinantes Sociais em Saúde, evento da Organização Mundial de Saúde, no Forte Copacabana.
Os fármacos biotecnológicos são fabricados com material de origem biológica, geralmente envolvendo organismos vivos (tais como células, bactérias, leveduras) ou seus componentes ativos.
– Eles são a nova fronteira de medicamentos para tratamentos de câncer e doenças inflamatórias e infecciosas. São os novos tratamentos mais eficazes e seguros para população. Para se ter uma ideia da importância disso, no leque de medicamentos que usamos hoje no SUS, 1% é biotecnológico, mas compromete 34% do orçamento da Saúde. Quando começarmos a produzir aqui no Brasil, poderemos reduzir o preço e atender um número maior de pessoas – disse Padilha.
Outros dois guias específicos para o registro dos medicamentos Interferon Alfa, usado no combate a infecções virais e tipos de câncer, e Heparina, que tem função anticoagulante, foram publicados pela Anvisa. Padilha disse que agência também criou uma câmara técnica para propor novas políticas para os produtos biotecnológicos.
– A ideia é que a gente possa ter instrumentos mais claros para a indústria poder produzir esses produtos no Brasil. No início do ano, numa negociação do ministério, conseguimos reduzir os gastos com medicamentos biotecnológicos em 48%. Mas quando começarmos a produzir os medicamentos no país, poderemos reduzir os custos ainda mais – complementou o ministro.