Brasil registra mais de 50 óbitos maternos por COVID-19, uma das mais altas taxas do mundo
As gestantes portadoras de hipertensão e diabetes têm maior risco de adoecimento e morte durante a gravidez, parto, pós-parto, aborto e pós-aborto. É o que se chama de morte materna. São mortes quase 100% evitáveis, desde que as mulheres recebam a atenção adequada.
No Brasil a taxa de morte materna está entre as mais altas do mundo. Com a pandemia da COVID-19 as mulheres enfrentam ainda mais dificuldades e riscos quando precisam dos serviços, desde a busca por anticonceptivos para evitar a gravidez, passando pelo pré-natal e por todo o processo que uma gravidez envolve. Um processo que poderia (ou deveria) ser tranquilo e bem assistido, mas estamos longe disto, em especial quando se trata das mulheres negras, indígenas e pobres.
Segundo o Grupo Brasileiro de Estudos de COVID-19 e Gravidez, coordenado pela Professora Melania Amorim – com base em notícias da mídia e dados de secretarias estaduais de saúde – até 25 de maio havia registro de mais de 50 óbitos maternos por COVID-19 no Brasil.
O desmonte e redução de recursos para o SUS vem acentuando a precariedade da atenção à saúde reprodutiva no Brasil neoliberal. Hoje isto se alia ao negacionismo oficializado, à desorganização da gestão Federal na crise e à irresponsabilidade política e biomédica ao promover o uso de um remédio (cloroquina) que sabidamente não tem efeito terapêutico comprovado: estas são graves ameaças à saúde e à vida das gestantes brasileiras