Brasil registra queda nos casos de dengue nos primeiros 50 dias do ano, mas 91 municípios têm risco de surto
01/03/2012 – Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Brasil apresentou, nos primeiros 50 dias do ano, uma queda de 66% nos casos de dengue em todo país, em comparação com igual período do ano passado. Apesar da queda, 91 municípios estão em risco de surto e outros 256, em alerta. A informação foi divulgada hoje (1º) pelo Ministério da Saúde em reunião de avaliação do Programa Nacional de Combate à Dengue, no centro do Rio de Janeiro.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1° de janeiro e 18 de fevereiro de 2012, foram registrados 57.267 casos da doença em todo o país contra 166.016, no mesmo período de 2011. Já os casos graves, passaram de 2.787 para 93 casos, registrando uma queda de 97% neste ano. Com relação às mortes, no ano passado, foram registradas 181, contra cinco neste ano, havendo uma redução de 87,5%.
O estado do Rio também apresentou uma queda no número de casos de dengue registrados nos primeiros 50 dias deste ano. No total, foram indicados 7.182 casos contra 21.163 no mesmo período do ano passado. Somente na capital fluminense, foram registrados 5.640 em 2012 contra 7.291 em 2011. Apesar da diminuição dos casos da doença, a cidade do Rio ocupa o primeiro lugar da tabela que mede os casos notificados nos municípios que têm população acima de 100 mil habitantes. Segundo o levantamento, a capital fluminense vem seguida de outras nove cidades com maior número de casos encontrados.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanni Coelho, explicou que os estados e os municípios que contribuem com as ações do programa de qualificação de combate à dengue, definido pelo Ministério da Saúde em 2005, recebem um incentivo adicional de 20% além do recurso já disponibilizado no valor de R$ 92 milhões. Somente o Rio de Janeiro recebeu R$ 13 milhões, que foram transferidos no fim de 2011.
“Esse conjunto de ações envolve o compromisso assumido pelo município em garantir a visita dos agentes a domicílios, a notificação imediata dos casos graves e a organização da assistência para garantir o acolhimento adequado do paciente com dengue”, disse.
Ainda segundo o coordenador, “o processo de repasse de recursos obedece uma regra já estabelecida, baseada no valor per capita, ou seja, de acordo com a população. Na Região Sul do país, por exemplo, tem determinadas condições socioambientais e climáticas mais favoráveis do que alguns estados da Região Nordeste, que têm problemas de abastecimento de água e um percentual, do ponto de vista geográfico, um pouco maior do que da Região Sul”, observou Coelho.
Apesar dos investimentos do Ministério da Saúde para a diminuição dos casos de dengue, Coelho admitiu que os estados do Tocantins, de Mato Grosso e Pernambuco não registraram redução no número de casos da doença. O Tocantins recebeu R$ 1 milhão adicionais para ser repassado a seis municípios; Mato Grosso, R$ 2 milhões para 66 municípios; e Pernambuco R$ 6 milhões para o repasse a 11 municípios.