Brasil vai investir R$ 120 milhões no combate à Aids
FBH – 31/8/2012
O Ministério da Saúde aplicará R$ 120 milhões para ampliar a distribuição de antirretrovirais a mais 35 mil pessoas portadoras do HIV, mas que ainda não desenvolveram a Aids, além de casais em que apenas um parceiro é soropositivo. O objetivo é evitar as doenças associadas – também chamadas de oportunistas – entre elas a hepatite B, a insuficiência cardiovascular e renal, tumores e a tuberculose, considerada a infecção que causa maior mortalidade entre soropositivos.
“O Brasil será o único país de grande dimensão que ofertará este tipo de tratamento que reduz o risco de infecções oportunistas como a tuberculose, que é a infecção associada que causa maior mortalidade associada ao HIV no País”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
De acordo com a Saúde, a partir de agora a distribuição de antirretrovirais poderá ser ministrada a todos os pacientes soropositivos com contagem de linfócitos CD4 (células de defesa do organismo que indicam o funcionamento do sistema imunológico) menor ou igual a 500 células/mm3, acometidos de coinfecção por hepatite B, doença cardiovascular ou renal atribuída ao HIV e tumores. Até então, o parâmetro para início do tratamento era menor ou igual que 350 células/mm3.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, as diretrizes estabelecidas pelo ministério servem de referência aos profissionais de saúde, que devem discutir com os pacientes diagnosticados a possibilidade de início precoce do tratamento. “Estamos diante de um desafio de sensibilizar as gerações mais jovens a desenvolverem uma atitude [mais eficiente] para prevenção da Aids”, acrescentou o ministro Alexandre Padilha.
Além da distribuição de antirretrovirais, o Ministério da Saúde pretende ampliar, até o final do ano, de 2,3 milhões para 3 milhões o número de exames de Aids realizados. Para tanto, vai permitir que estados e municípios utilizem parcelas dos recursos federais destinados ao combate da doença também para a aquisição de trailers aparelhados para fazerem testes rápidos, ampliando, assim, a atual rede de 345 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs).
Os medicamentos antirretrovirais não matam os vírus, mas evitam o enfraquecimento do sistema imunológico e impedem a multiplicação do HIV, causador da Aids. A conseqüência é o aumento do tempo e da qualidade de vida dos soropositivos.
Desde 1996 o Brasil distribui um coquetel de 21 destes remédios a todos que necessitam do tratamento, um número hoje estimado em 200 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde.
Fonte: O Tempo/MG: 31/08/2012