Sônia Fleury e a contribuição do Carnaval para formação de cidadania para a população marginalizada

A ex-presidente do Cebes, Sônia Fleury, escreveu sobre a importância das escolas de samba na contribuição da construção da consciência de jovens negros, favelados e pobres enquanto sujeitos de direito. A mestra em sociologia lembra que, mais do que festa, carnaval é uma história de lutas e resistências. Em um texto para o portal Outras Palavras, a coordenadora do Dicionário de Favelas Marielle Franco, exemplifica alguns casos de construção de direitos na “festa de Momo”. Veja a seguir um trecho do texto e acesse o artigo completo no portal Outras Palavras.

O dicionário de favelas Marielle Franco no carnaval

Hoje, estamos às vésperas do Carnaval, uma das maiores festas populares do mundo, expressão cultural diversa e vibrante. Um breve olhar aos enredos de 2023 das escolas de samba do Grupo Especial no Rio de Janeiro revela uma dimensão dessa festa: homenagens aos que vieram antes (Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho…), celebrações às religiões de matrizes africanas (com homenagens aos santos e orixás), questões de gênero e questões sociais em geral. A receita não é nova: a história do carnaval é uma história de lutas e resistência. Cada vez mais tem se fortalecido como crítica social e política. “Na luta é que a gente se encontra” foi refrão cantando em 2019 pelo samba da Mangueira, usado na cobrança do esclarecimento sobre o assassinato da Vereadora Marielle Franco no ano anterior. 

Tais enredos nos ajudam a constituir um retrato de como as escolas de samba contribuem com a disputa de um sentido de Brasil mais consciente de que jovens negros favelados e pobres são sujeitos de direito e podem ter um horizonte de futuro que não seja tão marcado pelas violações de direitos.  

O Dicionário de Favelas Marielle Franco é uma plataforma wikifavelas.com.br onde autores das favelas e estudiosos de favelas encontram um espaço para divulgar suas ideias, conhecimentos e manifestações artísticas. Trata-se, portanto, de uma produção coletiva que tem como objetivos difundir a memória e saberes das populações de favelas e periferias, defendendo os ideais de justiça e inclusão social. 

Homenageamos com nosso trabalho a vereadora Marielle Franco, cujo assassinato juntamente com Anderson Gomes completará no próximo mês 5 anos sem que os motivos e os mandantes do crime sejam esclarecidos e punidos. No próximo dia 13 de março realizaremos um evento político e cultural na Biblioteca Central da Fiocruz, para lembrar Marielle, suas lutas e suas sementes que hoje frutificam com maior presença de mulheres negras e faveladas ocupando cadeiras no Parlamento. Divulgaremos a programação do evento proximamente.

Veja no link a matéria do portal Outras Palavras.