Cebes condena ataques aos profissionais de Saúde na Palestina e exige protocolos das Convenções de Genebra. Palestina Livre!
Relatório da Humans Rights Watch revela a dimensão da tortura e do abuso sofridos por profissionais de saúde
O genocídio perpetrado pelo Estado de Israel sobre a população palestina atingirá a deplorável marca de um ano de duração no próximo mês. Nós, profissionais da saúde, humanistas do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes), seguimos com horror e consternação a evolução da barbárie sem precedentes da qual o povo palestino é vítima, particularmente a destruição do sistema de saúde e da infraestrutura sanitária; a retenção deliberada de água, eletricidade, alimentos e insumos básicos de saúde, provocando epidemias e privando pacientes de medicamentos necessários para sua sobrevivência; o assassinato de centenas de profissionais de saúde e trabalhadores humanitários diretamente visados; assim como a detenção e a tortura sistemática de profissionais de saúde palestinos.
Com efeito, o recente relatório da organização Human Rights Watch revela a dimensão absolutamente estarrecedora da tortura e do abuso sofridos por profissionais de saúde nos centros de detenção estabelecidos por Israel, verdadeiros campos de concentração onde milhares de palestinos e palestinas são submetidos a tratamento desumano, humilhação, tortura e execuções. Os relatos de tortura incluem o uso sistemático de abuso sexual, como o estupro coletivo que causou a morte de um palestino no centro de detenção de Sde Teiman no mês de julho.
O Cebes conclama profissionais de saúde do Brasil, da América Latina e do mundo a condenarem veementemente esses ataques aos princípios mesmo de humanidade que minam os protocolos das Convenções de Genebra tão necessários para proteger o pessoal sanitário e os enfermos em situações de guerra. Conclama, também, o Estado brasileiro a cessar todas as relações com o Estado israelense, incluindo acordos de cooperação científica e militar, a exportação de petróleo – ressaltando que o Brasil é um dos principais fornecedores de Israel – e a compra de armamentos. Haja vista a opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça do dia 19 de julho de 2024, saudada pelo Brasil, assim como as medidas provisórias indicadas pela CIJ no caso África do Sul vs. Israel, a continuação do fornecimento de petróleo e de cooperação militar pode constituir cumplicidade com o genocídio segundo o direito internacional.
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