Cebes participa da Caravana Estudantil da Saúde que percorrerá o país durante seis meses

Iniciativa da União Nacional dos Estudantes (UNE), a Caravana Estudantil da Saúde conta com o apoio do Ministério da Saúde e participação do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e também do Cebes, que estará presente nos encontros que ocorrerão em todo o país de maio a novembro deste ano. O Cebes foi convidado especialmente para contribuir com o tema Saúde como um Direito e Consolidação do SUS.

De acordo com Ligia Bahia, vice-presidente do Cebes, o convite não poderia ser recusado, já que os jovens sempre tiveram uma participação ativa no centro. “Basta ler os primeiros números da revista Saúde em Debate para perceber a imensa contribuição dos estudantes para a fundamentação da saúde pública brasileira. A motivação do Cebes prende-se às perspectivas de ampliação da presença e capacidade de intervenção dos estudantes no movimento sanitário contemporâneo”, acredita.

Com o objetivo principal de defesa dos princípios e diretrizes do SUS – universalidade, equidade, descentralização e participação popular -, a Caravana percorrerá os 27 estados do país visitando 42 Instituições de Ensino Superior. Prevista para ter início no próximo dia 30 de maio em Porto Alegre/RS na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Caravana Estudantil da Saúde será um importante espaço de discussão das políticas de saúde junto aos estudantes universitários, à juventude e à sociedade como um todo.
Para Ligia, a convocação dos jovens para o debate em torno da saúde pública é indissociável das discussões sobre a reforma sanitária brasileira e, portanto, das relações entre saúde e desenvolvimento econômico ou social.

A iniciativa espera atingir esse objetivo por meio do debate sobre os grandes temas pertinentes à saúde da juventude brasileira, tais como: violência no trânsito e alcoolismo, educação sexual e prevenção às DST/Aids, políticas públicas para mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos, prevenção do câncer de mama e cólo de útero, política de redução de danos, saúde pública e o SUS, valorizando o papel dos estudantes como usuários do SUS e como protagonistas das transformações necessárias. Durante a Caravana, a UNE lançará a campanha “Saúde não é Mercadoria”.

Partindo desses grandes temas, Ligia afirma que a Caravana estimula a participação dos jovens no debate em todo o país, com experiências diversificadas unificando-se em torno da insatisfação e disposição de mudança das iniqüidades econômicas, sociais e culturais que incidem sobre a saúde e as condições de vida dos brasileiros. “A Caravana permite o mapeamento das esperanças, das inovações, dos modos de pensar, de organização das ações coletivas de uma parcela considerável dos jovens brasileiros”, completa.

Com esta caravana, a organização propõe uma abordagem ousada e transversal dos temas da saúde. Segundo a vice-presidente do Cebes, quando os jovens se dispõem a articular os problemas de sua formação profissional e de cidadãos com os déficits de democracia no Brasil, o SUS passa a ser apropriado não apenas como um conjunto de locais de estágios ou de possível inserção no mercado de trabalho, mas como um projeto de efetivação do direito à saúde.

Aliados a esse princípio, os debates da caravana levarão em consideração as demandas específicas dos estudantes de cada universidade. Além disso, irão incorporar diferentes linguagens e formas de comunicação que atinjam os jovens – teatro, vídeo, oficinas, entre outras – atraindo e mobilizando expressões e movimentos culturais locais, aproximando a universidade da comunidade.

A Caravana será constituída por uma equipe que viajará o país num ônibus. Em cada universidade por onde passar, será realizada uma mobilização com um dia de eventos, debates, oficinas e atividades culturais. Deverá ser encerrada no mês de novembro em Brasília/DF, na Universidade de Brasília.