Cebes se reúne com outras entidades para debater a Campanha da Fraternidade de 2012

Além do Cebes, movimentos como os Gritos dos Excluídos, as Pastorais de Saúde, o Instituto de Economia do Conselho Indigenista Comunitário, Pesquisadores da Saúde da UNICAMP, Pastoral da Aids, INESC, Sindicato dos Médicos do RJ, entre outros, atenderam ao convite da CNBB para conhecerem melhor o texto base da Campanha da Fraternidade e refletirem juntos os caminhos para a saúde pública no Brasil.

A manhã começou com um momento de oração e depois houve a fala do Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo, que expôs os objetivos do encontro e o tema da campanha. Ele ressaltou a importância do conceito do público para a saúde, já que a CNBB em 1981 já tinha promovido uma campanha sobre a Saúde – “Saúde para Todos”, mas essa é a primeira vez que a saúde pública, como direito universal, tal qual preconizado pelo SUS é tema de preocupação, “não podemos perder de vista o público e não podemos esquecer que as palavras saúde e salvação tem a mesma raiz, se o Reino de Deus perpassa todas as estruturas, é justo que a Campanha da Fraternidade possa mostrar os elementos críticos da saúde pública”, afirmou Dom Leonardo.

Num segundo momento houve a apresentação do Dr. Andre Luiz de Oliveira – “Contextos da Saúde Pública Brasileira”, onde ele trouxe alguns dados atuais do sistema público e privado da saúde no Brasil. “Saúde é um drama nacional”, afirmou Dr. André, no início de sua apresentação . Ele também expôs os três focos da Campanha da Fraternidade:  1) motivar uma prática de vida saudável 2) destacar a importância samaritana da Igreja junto aos enfermos e às suas família, prestando ajuda e apoio espiritual e 3) defender o SUS e mostrar que ele é um patrimônio do povo brasileiro.

Também foi colocado, durante o encontro, que a campanha irá frisar e divulgar o artigo 196 da Constituição Federal. Há uma necessidade de se debater mais sobre a saúde pública no Brasil, haja visto que o SUS é a única porta de entrada para 75% da população, e ainda temos 455 municípios no Brasil que não têm médicos. Foi frisada a importância do controle social e a educação como parte fundamental desse processo.

Após a exposição do Dr. André, abriu-se para um breve debate com os participantes e a presidente do Cebes, Ana Costa, expôs algumas preocupações. Para ela, o SUS está ameaçado e há um descrédito construído em relação a ele. Ela também frisou a questão do conceito de determinantes sociais como fundamental para o debate, “os determinantes sociais devem ser o cerne dessa discussão, isso já está cientificamente comprovado, e não podemos discutir saúde sem discutirmos modelo econômico, modelo de Estado, proteção social e a importância das políticas sociais que geram qualidade de vida”, analisa a presidente do Cebes.

Confira a fala de Ana Costa, durante o encontro:

No período da tarde houve a fala de Eduardo Fagnani – Professor Doutor do Instituto de Economia da Unicamp e do economista Guilherme Delgado. Guilherme tocou num ponto no qual ele lembrou que Ana Costa havia salientado, que “sistema público estatal não é apenas o SUS”. Ele também afirmou que “a questão da saúde não é somente uma questão de financiamento, mas dos fundamentos da mercantilização em todos os circuitos pelos quais são responsáveis pela condução e pela regeneração da saúde”. O economista também falou em revermos nossos hábitos alimentares e levantou uma outra questão que é a da recuperação da seguridade social, que segundo ele, é um sistema de proteção social.

Ao final da tarde, abriu-se novamente para o debate e para os encaminhamentos.

O Cebes falou com alguns movimentos presentes, confira:

O Grito dos Excluídos:

A Pastoral do Povo da Rua:

A Associação de Saúde da Periferia do Maranhão: