Crianças e Aids: um momento de reflexão

Por José Araújo*

As crianças com aids não podem, em nome da infecção, serem enclausuradas em um espaço onde a expectativa de vida venha a se transformar numa diferença entre as demais crianças.

É fato que uma criança soropositiva deva ter uma atenção especial, mas essa atenção não está na exclusividade institucional e, como tal, devemos nos empenhar na luta para que a mesma venha ser capaz de suprir essa necessidade especial.

Durante um tempo foi muito comum o judiciário agilizar uma adoção tendo um olhar superficial sobre o processo, ou seja, uma criança com aids deveria ser rapidamente adotada, mesmo que sem muitos critérios, por ter uma expectativa de vida mais curta.

Lembro-me de um caso de uma criança em que um funcionário saiu para um passeio com a mesma e voltou com a guarda da criança sem que algum membro da diretoria fosse ouvido.

Crianças são todas iguais, não importando que ela tenha câncer, vírus hiv ou quaisquer diferenciais da maioria, e devemos agir sem a compaixão que é o reverso da cidadania.

Ser criança com HIV é ter direito a tratamento,
Direito a lazer,
Direito a moradia,
Direito a família,
O direito de uma criança com HIV é o mesmo direito de todas as crianças.

(*) José Araújo Lima Filho é presidente da Casa de Apoio AFXB do Brasil. Artigo publicado na Agência de Noticias da Aids, na edição de 13/10/08.