Cúpula dos Povos rechaça “economia verde”
Potal Vermelho – 14/05/2012
Organizadores da Cúpula dos Povos condenaram neste domingo (13) o conceito de economia verde defendido por integrantes de governos que participarão da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável Río+20, em junho próximo.
Líderes de movimentos sociais que participarão da Cúpula dos Povos, que se desenvolverá paralelamente à Río+20, deram uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, na qual divulgaram um documento elaborado em uma reunião realizada durante a semana.
De acordo com a Agência Brasil, a mexicana Silvia Ribeiro, diretora para América Latina da organização ETC (dedicada a temas agroalimentares), afirmou que a economia verde é um nome enganoso.
“Muitos creem que é algo positivo, mas é um disfarce para mais negócios e mais exploração dos ecossistemas. O outro aspecto é que os promotores da economia verde querem apropriar-se da natureza usando tecnologias perigosas, como os transgênicos e a biologia sintética”, denunciou Ribeiro.
As causas da crise socioambiental na Europa e Estados Unidos estão na mercantilização da água, do ar e dos recursos naturais, disse e agregou que esse é um dos assuntos que condenarão na Cúpula dos Povos, que se desenvolverá no Aterro do Flamengo, de 15 a 23 de junho.
Igualmente, assegurou Ribeiro, o atual sistema de produção e consumo aprofunda problemas como o aquecimento global, a escassez de água potável e a mercantilização da vida nas cidades e nos campos.
O que seus defensores chamam de economia verde é um novo nome para o capitalismo, sustentou a diretora para América Latina da ETC.
Precisamente, o documento aponta que o centro das discussões da Río+20 não será a temática da crise global que, para os participantes da Cúpula dos Povos, “é o capitalismo, com suas formas clássicas e renovadas de dominação, que concentra a riqueza e produz desigualdades sociais”.
Prensa Latina