Fátima Oliveira: Governo Dilma submete corpo das brasileiras ao Vatican
Em 28 de março de 2011, a presidenta Dilma Rousseff, acompanhada do ministro Alexandre Padilha, lançou, em Belo Horizonte (MG), a Rede Cegonha.
A farmacêutica Clair Castilhos (aqui), a cientista social e jornalista Telia Negrão (aqui) e a médica e escritora Fátima Oliveira (aqui e aqui), alertaram: a Rede Cegonha é retrocesso de 30 anos nas políticas de gênero, saúde integral da mulher e direitos reprodutivos e sexuais.
Do ponto de vista de atenção integral à saúde das mulheres – o paradigma oficial do Estado brasileiro desde a década de 1980 –, a Rede Cegonha é reducionista. Retoma a noção e a prática de saúde materno-infantil, coisa que em medicina nem existe mais.
Significa atenção à saúde da mãe e da criança como unidade indissociável, na qual as mulheres deixam de ser sujeitas principais do evento reprodutivo, o foco passa a ser o bebê. Um conceito antigo, conservador e do agrado absoluto da Santa Sé.
Meses depois, após muitos embates com os movimentos de mulheres via blogosfera principalmente, o Ministério da Saúde pareceu recuar. Ao emitir a Portaria, que formalizou a Red
Cooperação entre Brasil e Moçambique vai produzir lotes contra o HIV
A partir de 2012, Moçambique representará uma nova fase na luta contra a epidemia de HIV/Aids na África subsariana. Está previsto para o segundo semestre deste ano o início da produção dos primeiros lotes de antirretrovirais da fábrica, fruto de uma parceria com Farmanguinhos. Com isso, o país africano pretende aumentar o acesso às drogas contra a doença e ao mesmo tempo diminuir a dependência internacional. Maputo vai ter o primeiro laboratório da região (excluindo a África do Sul) certificado pela OMS para a produção dos antirretrovirais além de outros medicamentos.
Depois do lançamento dos primeiros antirretrovirais combinados, em 1996, o acesso às drogas nunca deixou de ser desigual. Enquanto as grandes farmacêuticas continuaram investindo em novas fórmulas no Primeiro Mundo, as nações emergentes apostaram no desenvolvimento de genéricos. Já os países pobres assentaram os seus programas de combate à Aids em doações internacionais. Segundo um site português, nos próximos quatro anos o Brasil vai investir 16 milhões de euros nesta fábrica em Maputo e formar cem técnicos, garantindo acesso a conhecimentos que até agora não existiam no país.
“O que é isso, Presidenta?”
Nesses países, como também na Argentina, amplas discussões na sociedade apontam na direção de mudanças legais que efetivem o respeito aos direitos humanos das mulheres.