A ‘revolução pecuária’: entre a fome e a destruição
J. B. Libanio
A população mundial anda pela faixa dos 7 bilhões. Gigantesco problema de alimentação. A fome não suporta adiar soluções. Se essas não chegam, as respostas chamam morte e revolta até a beira do caos. Caminhamos, sem dúvida, para momentos de explosão, quando as cifras da FAO nos falam de 1 bilhão de famintos. Com mínimo de fantasia, imaginamos hordas de famélicos a invadirem e destruírem tudo o que encontram.
A propaganda capitalista aponta a solução pela via do agronegócio e da pecuária em escala industrial. Mas, até então, assistimos ao terrível paradoxo do desperdício sem limite, de um lado, e, de outro, a fome a crescer. Junto com esse desafio sem medida, deparamos com o modelo devastador da pecuária industrial e da economia “verde”, que deixa intacta a estrutura do sistema. Este responde pela hecatombe perversa a ameaçar-nos.