Censo inédito aponta violações aos direitos humanos nos manicômios judiciários do país

Passar pelos pesados portões de ferro de um manicômio judiciário é quase sempre um caminho sem volta. Entre muros e omissões, milhares de vidas seguem invisíveis aos olhos do Estado e da sociedade. Abandonados e anônimos, duplamente marginalizados – seja pelo estigma do transtorno mental seja pela situação delinquência -, os loucos infratores no Brasil sequer configuravam um número. É o que revela o primeiro mapeamento dos hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico do país, que identificou 3.989 pessoas internadas nas 26 unidades do país.
Mais da metade são negros, pobres e com baixa escolaridade, homens e mulheres com epilepsia, esquizofrenia, retardo mental, transtornos afetivos, de personalidade, da preferência sexual ou devido ao uso de álcool e outras drogas, segundo a classificação psiquiátrica que fundamenta os atos infracionais. Passados noventa anos da criação dos hospitais-presídios no país, uma pesquisa inaugural traz o primeiro perfil nacional de uma população esquecida: A custódia e o tratamento psiquiátrico – Censo 2011 – estudo idealizado e coordenado pela professora Debora Diniz, do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB), e financiado pelo Ministério da Justiça.

Primeira usuária presidenta do CNS faz última twitcam do ano

No último dia 13, o Conselho Nacional de Saúde, em decisão histórica e inédita, elegeu, pela primeira vez, um representante dos usuários para a presidência. No caso, uma usuária. Maria do Socorro de Souza, mulher, negra, assessora de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e representante desta entidade no CNS, será a presidente do maior órgão de controle social do Sistema Único de Saúde pelos próximos 3 anos.

Álcool e Saúde Pública

A revista Lancet acaba de publicar o relatório mundial sobre Carga Global de Doenças 2010. Nele, ao lado de vários dados e estatísticas relativos ao Brasil, chama a atenção o destaque dado ao problema do alcoolismo em nosso país. No relatório, o alcoolismo é destacado como o principal fator de risco de saúde no Brasil.
Ainda este ano a OMS já havia divulgado um relatório afirmando que o consumo abusivo de álcool mata mais do que a tuberculose, a violência e a AIDS em todo o mundo. Segundo a OMS “as políticas de controle do álcool são fracas e ainda não são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidentes de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho”.

Contra a internação compulsória a usuários do Crack

Em artigo exclusivo chamado “Sou contra a internação compulsória a usuários do Crack”, o integrante do Cebes e professor da Universidade Federal Fluminense Túlio Batista Franco faz um apelo contra a política de internação compulsória de usuários do Crack. “É na propositura do resgate de uma humanidade perdida em algum lugar, em uma sociedade que banaliza o sofrimento alheio que pretendo fazer esta discussão”, coloca.

Desobediência civil e debilidade democrática: o exame do Cremesp em 2012

A chama democrática da rebelião civil se espalhou entre os médicos com a eleição de chapas de Conselheiros nos Conselhos Regionais de Medicina de vários estados (CRMs), culminando por modificar a política do Conselho Federal de Medicina (CFM), com igual movimento das Associações Médicas filiadas à Associação Médica Brasileira (AMB) e também do movimento médico sindical representado pela Federação Nacional dos Médicos (FENAME).

Pesquisas com seres humanos no Brasil: a nova 196 e expectativas ancestrais

No imediatismo da vida profissional, os desafios da sobrevivência somados à legítima motivação pela realização das ambições individuais e aos inúmeros outros ímpetos que se espraiam na normalidade dos comportamentos diários; tudo isso, às vezes, acaba comprometendo nossos esforços interpretativos e nos fazem deixar de lado justamente os aspectos mais fundamentais de algumas questões sobre as quais nos debruçamos e emitimos algum julgamento.

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