Dilma se aproxima de Serra, diz pesquisa CNI/Ibope

São Paulo – A pré-candidata do PT, ministra Dilma Rousseff, teve crescimento nas intenções de voto. Segundo pesquisa CNI/Ibope, Dilma subiu de 17% na amostra de novembro para 30% no levantamento divulgado hoje. O presidenciável do PSDB, governador José Serra, registrou queda, passando de 38% no levantamento anterior para 35% na leitura divulgada ontem. Portanto, a diferença entre os dois candidatos caiu para cinco pontos percentuais, fazendo com que o percentual de intenções de voto para Dilma encoste no candidato tucano José Serra.

O levantamento foi feito entre os dias 6 e 10 de março. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos  para mais ou para menos.

A pesquisa mostra o deputado federal Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB, com 11%; e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC), com 6%. Na pesquisa anterior do CNI/Ibope, divulgada em dezembro de 2009, Ciro tinha 13% e Marina, 6%.

Do total de entrevistados (2.002), 10% disseram que vão votar branco, nulo ou em nenhum dos candidatos e 8% informaram que não sabem ou não responderam à pesquisa.

No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o governador paulista lidera com 44% das intenções de voto e a ministra da Casa Civil aparece com 39%. De acordo com o CNI/Ibope, a pré-candidata do PV, Marina Silva, registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 31%, enquanto o governador paulista tem o menor índice de rejeição, com 25%.

Os demais presidenciáveis aparecem com os seguintes índices de rejeição: Dilma com 27%; Ciro, com 28%. Na pesquisa anterior, Dilma tinha a maior rejeição entre os pré-candidatos, com 41%, seguida de Marina, com 40%; Ciro, 33% e Serra, 29%. A pesquisa CNI/Ibope está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob protocolo nº 5.429/2010.

A Pesquisa CNI/Ibope mostra que mais da metade dos brasileiros – 53% – prefere votar em um candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outros 10% preferem votar em um candidato da oposição e um terço – 33% – afirmam que não levarão a posição do presidente em conta quando forem dar seu voto na próxima eleição presidencial.

Intenções de votos

No Nordeste, entre os que ganham até um salário mínimo por mês, o peso do apoio do presidente Lula atinge um patamar ainda mais alto: 69% dizem preferir votar no candidato apoiado por Lula. Este peso é menor para os eleitores de maior escolaridade e renda.

Entre os que têm curso superior e votam no Nordeste, 38% votariam no candidato de Lula . Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos por mês, este índice fica em 34%.

Na pesquisa estimulada, Dilma Roussef tem 39% dos votos no Nordeste. O governador José Serra tem 25%. No Sul e Sudeste, Serra fica à frente de Dilma, com 36% e 40% dos votos, respectivamente. Dilma, por sua vez, tem 34% das intenções de voto no Sul e 25% no Sudeste. No Norte e no Centro-Oeste, Serra fica com 41% e Dilma com 26%.

Para diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi, o crescimento de Dilma Roussef nesta pesquisa está relacionado ao fato de ela estar sendo apresentada como candidata oficial do presidente Lula.

Serra

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, minimizou o crescimento da ministra Dilma Rousseff na pesquisa CNI/Ibope. Em conversa com internautas no Twitter, Guerra disse que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se manteve “estável” na pesquisa porque não faz campanha eleitoral antecipada – ao contrário do que declara ocorrer com a pré-candidata petista. “Nós mantivemos uma posição estável com um governador em São Paulo, sem andar pelo Brasil, sem aparecer nas redes de TV, senão governando seu próprio Estado. O governador tomou essa decisão de governar São Paulo. Essa decisão não foi fácil de manter. O Serra operou esse tempo todo como governador. Não operou como candidato”, afirmou.

Saúde entre as áreas desaprovadas do governo federal

A pesquisa CNI/Ibope mostrou que a maioria dos entrevistados desaprova o governo federal em três de nove áreas avaliadas: saúde, segurança pública e impostos. Em outras cinco – combate à fome, meio ambiente, educação, combate ao desemprego e combate à inflação -, a maioria aprova o desempenho governamental.

“Saúde, segurança pública e imposto são áreas mais presentes no cotidiano das pessoas, para as quais a população já tem uma expectativa formada, mas a opinião é mais difusa, já que são setores que também têm participação de Estados e municípios”, afirmou o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi.

No caso da política de saúde, embora a desaprovação tenha caído (de 57% para 51%), a maioria entre os que souberam responder ainda não considera boa a atuação do governo. A aprovação subiu de 41% para 47%. Na segurança pública, a aprovação também melhorou (de 38% para 44%) e a desaprovação caiu (59% para 52%), mas ainda é maioria. O item impostos é aquele em que o governo tem maior desaprovação: 54%, ante 55% na pesquisa anterior, de novembro. O porcentual de aprovação caiu de 39% para 37%.

Em outras áreas o governo foi melhor, como o combate à fome e à pobreza (69% de aprovação), educação (62%), meio ambiente (58%), combate ao desemprego (60%), combate à inflação (55%) e taxa de juros (46%). Neste último item, embora o porcentual seja menor que 50%, é um pouco maior que o dos que desaprovam a política de juros do governo, 44%.