CEBES promove o debate a “A Inaceitável crise de saúde no Rio de Janeiro” esse sábado (30/05)
As notícias sobre o enfrentamento da pandemia de covid-19 no Estado e município do Rio de Janeiro mostram um quadro de esforço desorganizado e com denúncias de corrupção. Na última terça-feira (26), o Estado registrou mais de 40 mil casos confirmados, com 4461 óbitos desde o início da pandemia. Esse número pode ser maior. Desde abril, 1,3 mil pessoas morreram em emergências à espera de internação.Veja aqui o painel de monitoramento do governo do Estado do Rio.
Esse sábado (30/05) a presidenta do CEBES Lúcia Souto vai participar do debate online “A Inaceitável crise de saúde no Rio de Janeiro“. Ele será exibido online às 11h nos canais de youtube e facebook do CEBES. Vão participar: Rodrigo Oliveira, secretário de Saúde de Niterói, Lidiane Malanquini, coordenadora do eixo de Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré – está à frente do trabalho de acesso à saúde da organização durante a pandemia -, Ronaldo Oliveira, Agente Comunitário de Saúde e presidente do Sindicato dos Agentes Comunitário de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SINDACSRJ), Maria Lucia Freitas, professora da Escola de Enfermagem Ana Néri-UFRJ e Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos-RJ.
Notícias veiculadas na imprensa apontam que 392 pessoas aguardavam por internação em uma UTI da rede pública que tem de 231 a 770 leitos bloqueados por falta de profissionais, equipamentos ou insumos. Ontem, uma operação da Polícia Federal foi às ruas por conta de denúncias de desvio de verbas nas ações de combate à pandemia de coronavírus pelo governador Wilson Witzel e por parte de sua equipe de governo.
Há denúncias também sobre fraude na compra de respiradores e na contratação de ambulâncias para o SAMU, remédios e álcool em gel. Os presídios não contam com EPIs para fazer o cuidado de presos com covid-19 e deverão transferir os doentes para unidades de saúde. Há denúncia de trocas de respiradores novos por obsoletos em hospitais de campanha e profissionais de saúde estão se afastando de suas funções por não encontrarem condições adequadas de trabalho.
Na capital fluminense, o prefeito Marcello Crivella muda a metodologia de contagem de mortos por covid-19 e a cidade passa a registrar, depois de passar cinco dias sem repassar dados oficiais sobre a doença, menos 1177 mortes que o registrado pela Secretaria Estadual de Saúde. Há denúncias também de ligação da família de Crivella com fornecedores da área da saúde. No último anúncio sobre o combate à covid-19, o prefeito do Rio de Janeiro anúncio que vai manter medidas de isolamento social, mas vai flexibilizar para templos religiosos. Em março, o CEBES-RJ denunciou o desmonte da rede de Atenção Básica pelo prefeito Marcello Crivella em pleno combate à pandemia.
Além da capital, Niterói apresenta um cenário melhor controlado que outras partes do Estado e já começa a reabrir o comércio. A cidade, no entanto, não fez o repasse de R$ 90 milhões prometido, junto com Maricá, para a vizinha São Gonçalo combater a pandemia. São Gonçalo deve inaugurar hoje o seu hospital de campanha, um mês após o prazo estipulado inicialmente. Outra notícia aponta a fragilidade das equipes de saúde da cidade. Em 3 dias, três médicos vieram à óbito no município. Duque de Caxias, segunda cidade com mais óbitos no Estado, tentou reabrir o comércio, mas a Justiça negou.
Ao mesmo tempo, continuam ocorrer operações policiais em favelas e comunidades, inclusive enquanto ocorrem ações de distribuição de cestas básicas e kits de combates à pandemia.
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