Expectativas para 2012

Correio Braziliense – 13/12/2011

A poucas semanas de se encerrar o ano, a lista de expectativas em relação a 2012 ficou extensa. Do ponto de vista econômico, a estagnação constitui o primeiro obstáculo a ser vencido pelo governo de Dilma Rousseff. A fim de retomar o crescimento sem ocasionar efeitos inflacionários, impõem-se medidas de efeito mais consistente do que a isenção de impostos em eletrodomésticos. O primeiro semestre desponta ainda mais decisivo para a União Europeia, mergulhada em um turbilhão financeiro. Guardiãs da integração, Alemanha e França carregarão ainda por longos meses o fardo de sustentar política e financeiramente os governos recém-eleitos na Itália, na Grécia e na Espanha para alcançar o equilíbrio nas contas públicas.

Ainda no cenário internacional, as eleições nos Estados Unidos também correspondem a um dos eventos de maior expectativa no próximo ano. Uma derrota de Barack Obama, após a contagiante campanha de 2008 e ações importantes como a captura de Osama bin Laden, pode levar os Estados Unidos a um outro ponto de inflexão, com desdobramentos na política e na economia mundiais.

De volta à agenda nacional, 2012 representa a oportunidade de a presidente Dilma Rousseff imprimir com mais eficiência seu plano de governo. Os escândalos que puseram à lona seis ministros tornaram menos aparentes os bons resultados até aqui. É o momento de mostrar que há muito a se fazer além de corrigir malfeitos há tempos tolerados na Esplanada.

A mesma expectativa se apresenta em relação ao Distrito Federal. Agnelo Queiroz prometeu uma “revolução” na saúde pública, a ponto de atuar como secretário da pasta nos primeiros meses de governo. Viu-se em seguida que a situação estava muito além de emergencial, se é possível fazer tal afirmação. É certo que há outros problemas estruturais, como o transporte público precário, que dificilmente seriam sanados em 11 meses e ainda aguardam dias melhores.

Como parte da crônica política brasiliense, Agnelo e equipe enfrentam uma saraivada de denúncias. A última semana registrou um capítulo grotesco. Um policial já preso por corrupção invadir a sede do Executivo, agredir servidoras, quebrar o dedo de um segurança e denunciar, com R$ 159 mil em espécie, uma suposta propina, é espetáculo dos mais deprimentes. Que no próximo ano o brasiliense seja poupado de cenas tão bizarras.