Falta um pacto no SUS: o pacto entre gestores/trabalhadores
Por Giovanni Gurgel Aciole
A intenção deste artigo, elaborado a partir de reflexões acumuladas na trajetória pessoal do autor (que foi em momentos diversos, dirigente sindical médico, participante de movimentos e projetos de reforma e transformação da formação em saúde, além de gestor municipal de saúde), é propor a efetivação de um pacto ético-político construído consensualmente entre os dois atores coletivos – gestores e trabalhadores da saúde – colocando ambos no caminho da efetiva implantação do SUS. Pacto em que os primeiros possam oferecer não apenas remuneração justa, como também condições infra-estruturais de trabalho; que estas estejam atreladas ao alcance de objetivos postos na garantia da qualidade da assistência e do real atendimento às necessidades de saúde da população brasileira. Já os segundos possam ser levados a repensar sua inserção e seu papel; de modo que o empenho no alcance dos objetivos pactuados, possa ser o motor para o atendimento de sua reivindicação por remuneração justa, concomitantemente com o engajamento substancial na mudança das condições de saúde e doença da população assistida. Realizar este pacto significa, portanto, trilhar passo importante na construção de uma correlação de forças favorável ao enfrentamento dos desafios ético/políticos colocados na cena institucional brasileira desde o nascimento constitucional do SUS em 1988.
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Giovanni Gurgel Aciole, médico, doutor em Saúde Coletiva – FCM/Unicamp, professor adjunto do departamento de medicina – UFSCar. Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva – Unifesp.
Fonte: Blog Saúde Brasil