Empresas farmacêuticas não seguem ética científica na pesquisa e venda de vacinas
Artigo de Heleno Corrêa, dirigente do CEBES
Adiantando as críticas à falta de divulgação dos métodos adotados pelos ensaios clínicos com vacinas contra a COVID-19, a organização (auto)denominada Transparência Internacional, com base no Canadá, publica o que pode ser considerado de duas maneiras:
- Apoio às iniciativas brasileiras de exigir que para licenciar vacinas no país devam ser apresentados dados completos sobre critérios farmacêuticos, clínicos e epidemiológicos, independente da crise de credibilidade da ANVISA pela busca de aparelhamento por neofascistas. [Nota desta resenha não incluída na publicação: As vacinas licenciadas no Brasil – Fiocruz e Butantan – e não comentadas especificamente no relatório todas têm relatos de Ensaios Clínicos e métodos de teste publicados]. Os técnicos brasileiros que são funcionários concursados em carreiras públicas ainda têm oportunidade de elaborar seus pareceres com os devidos fundamentos clínicos e científicos, embora os diretores de cargos politicamente indicados sejam altamente comprometidos com a política oficial antidemocrática;
- Desconfiar e denunciar quebra de preços em favor de lobistas políticos, a exemplo da indústria União Química, que obteve representação para fabricar no Brasil a vacina russa Sputnik-V. Tanto o processo de licenciamento truncado quanto o entranhamento político com representantes ligados ao governo que não quer vacinas e não quer vacinar torna altamente estranho e confuso um processo que deveria ser de fato público e transparente.
Em resumo: na falta de vacinas fabricadas em variedade e em quantidade suficiente para conter a Pandemia juntamente com as medidas de distanciamento físico e de higiene não farmacológica, todo esforço deve ser feito para entender que sem publicidade, sem transparência e sem controle pela sociedade os governos neofascistas vão prolongar e aprofundar a Pandemia, enquanto seus grupos políticos metem a mão em quantias maiores do orçamento público sem entregar o que é obrigação do vendedor de vacinas: resultados claros de ensaios, credibilidade e efetividade.
A publicação está em: [For-Whose-Benefit-Transparency-International.pdf (ti-health.org)]. Apresenta um resumo do que divulgam como Números-chave [key-figures] para compreensão do tema:
- Encontraram e analisaram 86 Ensaios Clínicos (EC) até a data do documento (maio/2021) devidamente registrados nas bases internacionais para 20 (vinte) vacinas contra a COVID-19.
- Daquelas 20 vacinas, 6 (30%) delas estavam conduzindo EC em países onde não se respeita a obrigação de publicar resultados dentro de 12 (doze) meses após o final das pesquisas – são países sem regulação ética sobre EC.
- Publicações sobre os EC estavam disponíveis apenas em DOIS países dentre os NOVE países em que estão baseadas as Companhias desenvolvedoras das vacinas.
- Apenas DEZ (12%) dos protocolos clínicos sobre os EC estavam disponíveis. Os oitenta e oito por cento (88%) restantes EC não tinham disponibilizado os respectivos protocolos de teste.
- Em contraposição, das vinte vacinas, DEZOITO anunciavam resultados de EC não relatados, não publicados e não disponibilizados. Isso contraria a publicidade de resultados necessários para confiar nas vacinas bem como exige maior controle internacional das políticas públicas desse setor totalmente entregue às indústrias farmacêuticas.