FDA aprova vacina contra Influenza A (H1N1)
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula alimentos e medicamentos, aprovou nesta semana a vacina para a gripe influenza H1N1. Segundo autoridades dos Estados Unidos, este é o primeiro grande passo em relação às medidas planejadas para o combate à nova gripe, que também inclui a vacinação em massa a partir do próximo mês. Diante do Congresso, a secretária do Health and Human Services, Kathleen Sebelius, disse que nos primeiros dias de outubro – uma semana antes do previsto, segundo a secretária -, doses limitadas já começarão a ser aplicadas. A previsão é de que a partir do dia 15 daquele mês 45 milhões de doses sejam entregues em cerca de 90 mil locais, como escolas e clínicas por todo o país. Os locais foram apontados pelo governo como os mais indicados para agilizar o processo de imunização.
O FDA aprovou a vacina de quatro fabricantes: da australiana CSL Ltda, da suíça Novartis, da francesa Sanofi Pasteur e da americana MedImmune LLC, a única que produz a vacina sob a forma de spray nasal. Um quinto fabricante aguarda aprovação pelo órgão, que também analisa o imunizante da inglesa GlaxoSmithKline. Os EUA encomendaram 195 milhões de doses no total, mas de acordo com Kathleen, o governo pode requerer mais doses para atender à demanda, se for o caso. “Vamos ter vacinas disponíveis para todos”, declara Kathleen. Porém, estima-se que menos de 100 milhões de americanos procurem uma vacina para a gripe todo ano, e ainda não está claro se o imunizante contra a gripe suína – o qual os cientistas preferem chamar de Reforço 2009 H1N1 – irá estimular uma demanda maior que esta. Uma recente pesquisa realizada pela Associated Press-GfK descobriu que 57% da população disseram que provavelmente tomariam a vacina.
Mas os epidemiologistas afirmam que este ano é incomum: muitas pessoas terão de se vacinar duas vezes, uma para a gripe sazonal e outra contra o vírus H1N1. A nova vacina não possui tantos efeitos colaterais quanto à equivalente da gripe comum, que todo ano mata 36 mil americanos e hospitaliza outros 200 mil. Mas há uma importante e curiosa diferença: o imunizante do H1N1 adoece pessoas jovens mais frequentemente do que os maiores de 65 anos, principais vítimas da gripe sazonal.
No entanto, o governo quer priorizar grupos específicos na imunização: grávidas, crianças de seis meses de idade até jovens de 24 anos, profissionais de saúde e pessoas com idade abaixo de 65 anos que são grupo de risco para a gripe, como asmáticos, diabéticos ou pessoas que possuem complicações cardíacas. Para Kathleen, a maioria da população que contraiu a nova gripe “até então não está terrivelmente doente e consegue restabelecer a saúde apenas com descanso e ingerindo líquidos”. A secretária pede ainda que os pacientes não corram aos consultórios médicos à procura de testes para descobrir qual gripe contraíram, pois o tipo de tratamento é o mesmo para ambos – seja sazonal ou H1N1.
– Nem os médicos devem prescrever medicamentos antigripais para a prevenção, pois isto pode complicar no caso do paciente contrair a gripe. O Tamiflu e o Relenza devem ser usados somente para o tratamento.
A aprovação do FDA significa que a vacina foi produzida adequadamente e atende aos rígidos padrões de manufatura. Mas há uma outra questão: qual a dose correta? A responsabilidade de responder à esta pergunta fica a cargo do National Institute of Health, que na semana passada divulgou estudos mostrando que a dose única aparentemente protege adultos, mas no caso de crianças leva de oito a 10 dias após a injeção. Outras abordagens com os pequenos e também com grávidas estão sendo realizadas para ajustar a dose correta para este nicho da população.
De acordo com o FDA, a vacina contra o vírus da nova gripe é tão segura quanto a da gripe comum, pois são produzidas da mesma forma e podem apresentar alguns efeitos-colaterais, como vermelhidão e dores no local da aplicação e febre. O governo dos EUA disse que irá manter vigilância para qualquer outro tipo de efeito-colateral raro. A última vacinação em massa realizada contra um tipo diferente de gripe, em 1976, causou centenas de casos de síndrome de Guillain-Barré, doença grave que causa lesão no nervo periférico e que pode acarretar a paralisia do diafragma e levar à insuficiência respiratória. Cientistas jamais conseguiram provar se a ocorrência fora devido à vacina ou apenas uma coincidência.
Fonte: Jornal do Brasil