Flores pela Democracia mobiliza contra a Reforma da Previdência
Flores de papel crepom coloriram o Senado Federal para chamar atenção de senadores, funcionários e visitantes sobre a importância de se informar e pressionar os senadores sobre os perigos da Reforma da Previdência em tramitação na Casa. A ação, organizada pelo movimento Flores pela Democracia, ocorreu nessa quarta-feira, mesmo dia da primeira sessão de discussão em Plenário da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/2019) que muda as regras da aposentadoria do brasileiro. O texto principal da PEC foi aprovado no dia 4 deste mês na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
A ação do coletivo consistiu na entrega das coloridas flores de papel crepom, que vinham acompanhadas de uma pequena mensagem com os dizeres: “Vote contra esta Reforma da Previdência. Ela só irá aprofundar a desigualdade social”. A proposta inicial era entregar os artesanatos diretamente aos Senadores, mas, como a maioria se encontrava em Plenário, a solução foi tentar mobilizar quem passava pelo corredor conhecido como Túnel do Tempo.
Para participantes do coletivo, a reação foi melhor do que esperavam. Muitos servidores e funcionários terceirizados recebiam com prazer as flores. Alguns ouviam sobre os perigos da reforma e prometiam passar a mensagem adiante.
“A entrega das flores é uma forma da gente iniciar o diálogo e furar a bolha nesses tempos tão polarizados”, disse Luiz Bassegio, que veio do Rio Grande do Sul para a ação. “Poucas pessoas se recusaram a dialogar conosco”, concordou Joyce Néia, que veio de São Paulo, com outras nove companheiras de luta. Segundo Maura Araújo, da corrente Fé e Política, da Arquidiocese de São Paulo, as pessoas se sentiam acolhidas quando recebiam as peças.
A reportagem acompanhou a ação (e até distribuiu algumas flores), que era fiscalizada de perto por membros da polícia do Senado. Alguns parlamentares e assessores recusaram as flores. A reportagem conversou com funcionários da Casa, que se mostravam um tanto alheios à discussão ocorria no Plenário da Casa. Eles receberam as flores e disseram que iriam se informar melhor sobre as mudanças na Previdência e também sobre o texto do que está sendo chamado de PEC Paralela (PEC 133/2019), que permite a Estados e Municípios adotarem as mesmas regras previdenciárias da PEC 6/2019, dentre outras medidas.
O coletivo Flores pela Democracia conta com membros do Grito dos Excluídos, CNBB, Pastoral da Saúde, Fé e Política, Rede Jubileu Sul Brasil e Catholic Agency for Overseas Development (CAFD, organização sediada na Inglaterra). Sua primeira reunião aconteceu em maio de 2018, após a prisão do ex-presidente Lula. “A gente queria fazer algo para mudar a situação política que estava se formando”, disse Môniquinha Simões. A solução encontrada foi fazer flores de papel crepom, que são usadas como forma de abrir diálogo com as pessoas.
O movimento se reúne todas as quintas-feiras no Largo da Batata, em São Paulo (SP), das 16h30 às 19h.
As seguintes pessoas participaram da ação:
Môniquinha Simões
Cecília Figueira
Pink Peralta
Dora Sugimoto
Luiz Bassegio
Seiti Takaama
Joyce Néia
Francisco de Filippo
Paulo Bezerra
Sandra Costa
Maura A. Dos Santos
Mônica Lopes