Guia Alimentar para a População Brasileira é lançado no CNS

Desde 2013, o Ministério da Saúde vem trabalhando na atualização do Guia Alimentar para a População Brasileira, uma publicação com diretrizes e orientações oficiais para uma alimentação saudável com base nos hábitos alimentares e no bolso dos brasileiros cuja primeira versão foi publicada em 2006.

Na época, a publicação já trabalhava com o conceito de construção coletiva do conhecimento, inclusive por meio de consulta pública online, e foi publicada no intuito de minimizar os impactos e resultados negativos de uma alimentação inadequada, como diabetes, hipertensão e obesidade. Além disso, o Guia também abordava questões relacionadas à desnutrição e doenças infecciosas.

Seguindo os mesmos preceitos, a reedição do Guia está prevista ainda em 2014, considerando novos estudos, bem como as mudanças no perfil epidemiológico da população brasileira, cujos níveis de desnutrição vêm caindo e, por outro lado, há aumento significativo nos indicadores de saúde de doenças crônicas.

O trabalho contou com apoio e parceria de instituições (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde-USP; Organização Pan-Americana da Saúde), pesquisadores, profissionais de saúde, educadores e representantes de organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil, além de consulta pública online.

‘O Guia Alimentar para a População Brasileira contém recomendações que trazem benefícios para as pessoas, para a sociedade e para o planeta’, destaca Carlos Augusto Monteiro, Professor Titular de Nutrição e Saúde Pública da Universidade de São Paulo e responsável pela orientação da equipe técnica que elaborou o Guia Alimentar.

O Guia se dirige a cidadãos e famílias diretamente, bem como a profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários e outros trabalhadores cujo ofício envolve a promoção da saúde da população. A pretensão é que o Guia seja referência para estabelecimentos de saúde, escolas, residências ou qualquer lugar onde atividades de promoção da saúde tenham lugar, como centros comunitários e centros de referência de assistência social.

 

Novidades no Guia

Uma importante inclusão à nova versão é a diferenciação entre alimentos in natura, ou minimamente processados, e produtos alimentícios; entre produtos alimentícios utilizados para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias e produtos prontos para consumo; e, ainda, entre produtos prontos para consumo que são processados, como pães e queijos, ou ultraprocessados, como ‘macarrão instantâneo’, ‘salgadinhos de pacote’ e refrigerantes.

‘No Brasil, e em muitos outros países, a transmissão de habilidades culinárias entre gerações vem perdendo força’ admite Patrícia Jaime, Coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar. Por isso, o Guia Alimentar dedica uma parte importante de suas recomendações à valorização do ato de cozinhar, ao envolvimento de homens e mulheres, adultos e crianças nas atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições e à defesa das tradições culinárias como patrimônio cultural da sociedade, conclui Patrícia.

Além disso, o documento salienta as formas pelas quais os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e distribuição seja socialmente e ambientalmente sustentável, como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.

O Cebes acredita que esta publicação é fundamental para a promoção da saúde da nossa população e torce para que o Guia seja disponibilizado para acesso público o quanto antes.