I CMDSUSS: Por uma seguridade social mais justa e eficiente
Redução da desigualdade e políticas efetivas que visem a universalização da seguridade social, além de um debate amplo e permanente entre todos os setores da sociedade civil e esfera política. Essa foi a mensagem principal deixada pelos painelistas que participaram do terceiro bloco temático intitulado “Os caminhos políticos para a construção dos Sistemas Universais: a definição da agenda política e as estratégias de mobilização”, ocorrido na manhã do sábado (4), no auditório máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O presidente do comitê executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mihály Kökény, considera preocupante o desperdício de recursos, principalmente na aquisição de medicamentos. “Alguns países gastam de 20% a 40% de seus orçamentos com saúde indevidamente, o que é um valor muito alto”, declarou.
Helmut Schwarzer, representando a Organização Internacional do Trabalho (OIT), fez um panorama geral da seguridade social e defendeu que sua existência vai além da proteção ao cidadão. “A seguridade eficiente transfere renda, gera consumo e aumenta a eficiência econômica de uma nação”, disse. Para ele, é preciso que os estados tenham sempre como prioridade a concessão de benefícios compatíveis às necessidades da população. “A seguridade social é um direito e deve constar em todas as constituições”, declarou.
Traçando um panorama sobre a seguridade social no sudeste da África, a professora Rene Loewenson lembrou que a eficiência sobre o tema também passa pela redistribuição de renda. “Por mais que haja avanços tecnológicos, eles não chegam até às populações mais pobres. As desigualdades são o principal empecilho para o avanço das políticas sociais.
O presidente da Federação Sindical de Profissionais de Saúde Argentina (Fesprosa), Jorge Ernesto Yabkowski, chamou a atenção para as constantes ações de terceirização e privatização da Saúde e, fechando a rodada de discussões, Armando de Negri, representando o Forum Social Mundial de Saúde, ressaltou a importância da construção de espaços públicos para a afirmação da seguridade social. “A construção de agendas políticas precisa da participação efetiva da sociedade e governo. E a justiça social deve ser a principal pauta dessas discussões”, declarou.
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