Indústria farmacêutica no alvo de cobranças para reduzir doenças tropicais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma cobrança formal a todos os laboratórios farmacêuticos para que haja mais empenho destes na produção de tratamentos do chamado grupo de doenças infecciosas crônicas, encontradas principalmente em populações pobres. De acordo com relatório divulgado hoje pela OMS, os tratamentos são considerados simples e seguros, mas ainda não são suficientes para atender a demanda.

Entre as 17 enfermidades – consideradas pela entidade doenças tropicais negligenciadas – estão a dengue, a leishmaniose e a esquistossomose, encontradas inclusive no Brasil. Ao todo, 149 países apresentam formas endêmicas de algumas delas, afetando a vida de pelo menos um bilhão de pessoas.

O órgão citou acordos já fechados com empresas farmacêuticas que tratam da doação de medicamentos contra a lepra, a tripanossomíase africana (também conhecida como doença do sono) e a helmintíase (parasitose intestinal também frequente em países africanos). Além disso, também estão em fase de negociação doações de medicamentos que combatem a doença de Chagas, a leishmaniose, a úlcera de Buruli (doença que causa necrose na pele) e a elefantíase, além de problemas intestinais provocados por vermes que atingem, sobretudo, crianças.

A cobrança feita pela OMS também foi direcionada a alguns setores dos sistemas públicos de saúde de vários países. O órgão fez exigências para que se governos dessem uma resposta às mudanças de padrão das doenças tropicais, provocadas por alterações climáticas e por fatores ambientais. Um dos exemplos citados é a dengue, que voltou a ser registrada em localidades onde havia sido eliminada.

As doenças tropicais negligenciadas prosperam em ambientes pobres, onde as habitações são precárias, contaminadas por sujeira e com propagação de insetos e animais de forma abundante. As consequências em longo prazo incluem cegueira, deformidades nos membros, desenvolvimento físico e mental comprometido e danos a órgãos internos.

Fonte: Agência Brasil