IPCC volta a alertar para escassez de água
Do Brasil Econômico
Relatório divulgado em Tóquio coincide com documento da OMS indicando que a poluição causou a morte de 7 milhões de pessoas em todo o mundo em 2012
O Painel Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) começou ontem em Yokohama, Japão, uma reunião destinada a alertar sobre o impacto das mudanças climáticas e os estragos que provoca em nível humano e econômico.
A abertura da reunião do IPCC coincidiu com a publicação de um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que adverte sobre o risco de poluição do ar, que em 2012 provocou a morte de 7 milhões de pessoas no mundo.
Depois de terem fornecido em setembro passado os últimos dados sobre a amplitude sem precedentes das mudanças climáticas, os especialistas do IPCC publicarão no dia 31 de março seu novo diagnóstico, não apenas sobre os efeitos de tal mudança, mas também sobre as adaptações necessárias para enfrentar isso.
Agravamento de fenômenos meteorológicos extremos, queda da sobrevivência de espécies animais e vegetais, modificação da produção agrícola, evolução das doenças, deslocamento de populações: as consequências previstas pelas mudanças climáticas desestabilizarão os equilíbrios atuais, advertem os especialistas.
Naturalmente, as emissões de CO2 estarão no olho do furacão, na medida em que são o grande fator do desequilíbrio ambiental. Segundo uma versão ainda não definitiva do documento do IPCC que será publicado, por cada grau centígrado suplementar (de aquecimento) os recursos de água potável diminuiriam 20%para o equivalente a 7% da população mundial. Simultaneamente, os riscos de inundações, em particular na Europa e na Ásia, aumentariam sensivelmente devido à emissão de gases de efeito estufa.
A produção de cereais mundial pode, por sua vez, cair 2% por década, enquanto a demanda aumentará 14% até 2050.
A pobreza, as migrações e a fome resultantes destas catástrofes naturais são fatores de conflitos, adverte a versão preliminar do relatório.