Lúcia Souto alerta para a necessidade de comprovante de vacinação para estrangeiros que virem ao Brasil

Nesta quinta-feira (25), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, se pronunciou contra a exigência de comprovante de vacina contra a covid-19 para estrangeiros que queiram visitar o Brasil. A medida é recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e contou com apoio Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Em entrevista à rádio Brasil Atual na manhã dessa sexta-feira (26), a presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) Lúcia Souto apontou que esse tipo de comprovante é “uma medida básica de saúde pública em vigilância em saúde”.

Lúcia lembra que a Europa hoje sofre com recrudescimento de casos de covid-19 principalmente entre não-vacinados. Além disso, essa semana a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou como “variante de preocupação” uma nova cepa da doença identificada na África do Sul. “O inacreditável dessa história é a posição bizarra do ministro da Justiça“.

Durante a entrevista, a médica sanitarista lembrou da importância de o Brasil ter um sistema tripartite na gestão da saúde do Brasil, que, compensou, com certos limites, o negacionismo do governo federal na gestão do enfrentamento da pandemia. Lúcia elogiou a “cultura de vacinação” da população brasileira, que está levando o País a registrar cada vez menos casos e mortes pela Covid-19 – apesar de a média móvel de mortes no Brasil estar acima de 300 por dia. Mas fez um alerta: a pandemia não está controlada por ser global. “Precisamos ter um um atingir uma meta de uma alta vacinação em todos os continentes“, disse. E completou: “Não há salvação isolada de nações“.

A presidenta do Cebes se diz contrária à realização de aglomerações públicas em festas de Ano Novo e no Carnaval com base no cenário atual do enfrentamento da pandemia. “Não é o momento. O mundo está mostrando isso“. A sanitarista também criticou medidas de flexibilização de medidas sanitárias, como o uso de máscaras.

Assista a entrevista na íntegra no link ou a seguir: