Mais atenção às gestantes

Correio Braziliense – 12/07/2012

Implantação da Rede Cegonha no Distrito Federal vai garantir atendimento da confirmação da gravidez ao pós-parto. Apenas em 2012, o governo federal investirá R$ 21 milhões no programa

O pré-natal é o primeiro passo para ter uma gravidez segura. Para que haja diminuição do número de complicações durante a gestação, o Distrito Federal implantou a Rede Cegonha, programa do governo federal. O objetivo do projeto é dar assistência às mães desde a descoberta da gravidez até o nascimento do bebê, agilizando os exames que podem apontar doenças capazes de comprometer a formação da criança. “Estamos lutando para reduzir o número de mortes entre mulheres e de crianças menores de 1 ano”, frisou a subsecretária de Atenção Primária do DF, Rosalina Aratani Sudo. Em 2010, a mortalidade infantil chegou a 1,29%. A expectativa da Secretaria de Saúde é atender uma média de 3,6 mil pacientes por mês.

O Distrito Federal passou a integrar a rede em maio deste ano. “Todas as unidades já recebem gestantes dentro do projeto. Implementamos um sistema único, do Ministério da Saúde. Começamos em Samambaia e no Recanto das Emas”, explica Rosalina. Inicialmente, o ministério disponibilizou para a região R$ 21 milhões. O dinheiro será investido em infraestrutura e na aquisição de equipamentos. Além disso, anualmente, será aplicado cerca de R$ 1,5 milhão para aumentar a oferta de exames às grávidas. Em 2011, foram feitos 39.339 partos na capital. O Hospital Regional de Ceilândia ficou em primeiro lugar, com 6.041 nascimentos, seguido do Hospital do Gama, com 5.640, e da unidade da Asa Sul, com 5.340.

“O projeto define que toda gestante deve ter, no mínimo, sete consultas de pré-natal. Os postos de saúde já foram orientados a fazer o teste rápido de síflis e de HIV. Temos também o exame para confirmar a gravidez”, detalha a subsecretária. Qualquer mulher com suspeita ou gestação confirmada pode procurar a unidade mais próxima de casa para iniciar o procedimento, basta apresentar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Caso o resultado seja negativo, a paciente é encaminhada ao Programa de Planejamento Reprodutivo. Além disso, a Rede Cegonha garante que os recém-nascidos façam os testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho. O bebê também tem direito a acompanhamento médico mensal.

Tranquilidade
A ideia é que a primeira consulta do pré-natal seja marcada em um prazo máximo de 10 dias após o teste de confirmação. A mulher deve ter consultas mensais nos primeiros meses e semanais nos últimos. A recepcionista Renata Costa, 22 anos, moradora da Cidade Ocidental (GO) descobriu a gravidez com dois meses e, agora, está com oito. “Desde o início, fiz os exames regularmente. Foram cinco consultas, e não tive problemas”, disse. Na terça-feira, ela sentiu dores e recorreu ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). “Também foi tranquilo, mas ainda pode melhorar. Esperei mais de quatro horas para ser atendida”, reclamou.

A vendedora Raiane Araújo, 21 anos, moradora de Santa Maria, deu à luz à filha no último sábado e não tem reclamações. “Tanto o pré-natal quanto o parto foram feitos na rede pública sem nenhum não problema.” A estudante Clarissa Severo, 19 anos, moradora do Riacho Fundo 2 também teve a filha, Manoela, de 5 meses, no HMIB “Ela nasceu com problemas neurológicos e foi encaminhada ao tratamento de alto risco. Fui muito bem tratada”, comemorou.