Mais de 200 mamógrafos do SUS estão parados por falta de assistência técnica
Uma auditoria inédita realizada pelo Ministério da Saúde apontou que cerca de 15% dos mamógrafos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão sem uso. Dentre os equipamentos que estão em funcionamento, 44% ficam em unidades dos estados da Região Sudeste. São mais de 1.500 aparelhos no total; 223 estão parados, 111 têm baixa produtividade, 85 apresentam defeitos e 27 estão em embalagens.
A pasta constatou que os mamógrafos não são usados ou possuem baixa produtividade pela falta de assistência técnica e de pessoal com qualificação para operá-los. Segundo Adalberto Fulgêncio, diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e coordenador da auditoria, em alguns lugares os equipamentos somente são operados pela manhã e ficam ociosos depois.
– A vistoria identificou que o Acre dispõe de três aparelhos, mas somente um é usado. Os outros dois ainda estão na caixa, a maior proporção de equipamentos sem uso em todo o país, o equivalente a 66,7%.
A Região Sudeste tem 669 dos mamógrafos disponíveis no SUS, sendo que o estado de São Paulo é responsável por 335 (309 em funcionamento). Em Minas Gerais, dos 211 aparelhos, 36 estão inoperantes – o maior número absoluto de equipamentos fora de operação em todo o país.
O Norte foi apontado pela auditoria como a região com o menor número de equipamentos e também com o maior percentual de apatelhos sem uso. Dos 86 existentes, 20 estão parados (23,3%), sendo 14 por causa de defeitos. Roraima (dois) e Santa Catarina (64) são os únicos estados em que todos os mamógrafos estão funcionando.
Para o Ministério da Saúde, o total de mamógrafos no SUS é suficiente para atender mulheres de 40 a 59 anos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda um aparelho para cada 240 mil habitantes. A oferta universal do exame não ocorre devido à concentração dos aparelhos em regiões metropolitanas e a baixa produtividade, conforme o ministério. Os auditores identificaram que 28% dos estabelecimentos do SUS não tem informações atualizadas sobre serviço de mamografia.
Diante dos resultados, o ministério pretende, junto com estados e municípios, instalar mamógrafos em locais que não tenham o equipamento. A pasta pretende ainda equipar unidades móveis com o aparelho para que atendem às mulheres nos municípios do interior. O ministério também deve fazer acordo com os fornecedores para que prestem assistência técnica aos mamógrafos. Está prevista a capacitação de 25 mil técnicos em radiologia até 2015. “Queremos dobrar o número de exames por ano, de três para seis milhões”, afirmou Fulgêncio. A mamografia é um exame fundamental para identificar o câncer precoce na mama – a maior causa de mortes de mulheres no Brasil.
Fonte: Cecovisa