Médicos pedem mais qualidade

Correio Braziliense – 26/06/2012

Pesquisa feita em cidades brasileiras com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mostra que a situação está longe de melhorar. A constatação foi dos conselhos de medicina regionais ao traçarem a radiografia da qualidade dos serviços públicos em 14 unidades da federação. As 500 pessoas entrevistadas em 43 cidades, sem um recorte específico, confirmaram que faltam remédios, infraestrutura, produtos básicos e médicos. Para elas, a saúde merece nota 5,29, em uma escala de zero a 10. Já os serviços em geral, incluindo a facilidade para arrumar emprego, diversão e combate à corrupção, ganharam nota 4,81.

O 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, afirmou que, além da situação da saúde, esses fatores estão diretamente relacionados à qualidade de vida das pessoas. Durante as visitas, os conselhos regionais ouviram queixas sobre más condições de trabalho, abuso sexual, violência, drogas, racismo, falta de saneamento básico e o pedido por uma cidade mais saudável. “Focar na assistência à saúde é a melhor forma de combater a desigualdade social.”

Com a pesquisa, o CFM espera influenciar os políticos para que saiam da discussão partidária e debatam itens palpáveis que afetam o dia a dia. Entre as sugestões está a adoção do estudo de direitos humanos na escola, dobrar o saneamento em quatro anos, criar cooperativas para trabalho e investir na educação.