Ministério estimula uso da penicilina contra sífilis

O Estado de S. Paulo – 29/12/2011

Equipes de saúde devem testar reação alérgica de paciente à substância; objetivo é combater casos de sífilis congênita

O Ministério da Saúde vai incentivar o uso de penicilina nas unidades de Atenção Básica à Saúde para reduzir os casos de sífilis congênita no Brasil.

Portaria publicada ontem no Diário Oficial da União determina que o antibiótico esteja disponível em todo o País. Hoje a oferta existe, mas muitos centros resistem em prescrever o remédio, por temerem uma reação alérgica, disse o diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Helder Pinto.

“Os índices de sífilis congênita no País são inaceitáveis. E a penicilina pode ajudar a reduzir os casos”, disse Pinto. O remédio é indicado para tratamento de infecções e febre reumática. Pinto diz que apenas 1% da população têm alergia à substância. “É um erro restringir a oferta do remédio, barato e eficaz, por temer choques anafiláticos.”

Um protocolo foi preparado para auxiliar as equipes. A ideia é que profissionais façam um teste antes de prescrever a penicilina. Caso a sensibilidade ao antibiótico seja identificada, outro remédio será indicado.

Em 2010, 285 casos de intoxicação por penicilina foram identificados. Este ano, até novembro, foram 179. Em 2006, foram identificados no País 5.789 casos de sífilis congênita em menores de um ano. A doença, evitável, provoca aborto, má-formação do feto e morte ao nascer. Bebês podem ter cegueira, surdez e deficiência mental.