Mortalidade mundial por sarampo cai 74% entre os anos 2000 e 2010
O Globo – 24/04/2012
Meta de reduzir letalidade em 90% não é batida; Índia e África preocupam
O número de mortes por sarampo caiu 74% na última década, na comparação entre 2000 e 2010.
Apesar da queda ser expressiva, a pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada pela Universidade estadual de Penn, nos Estados Unidos, e pelos Centros Americanos para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), não está sendo tão comemorada.
O resultado ficou abaixo da meta de redução de 90% aprovada em 2008 pelos países-membros da OMS.
Para avaliar o progresso global do sarampo 2010, os pesquisadores desenvolveram um novo modelo.
Diferentemente dos anos anteriores, usaram critérios objetivos de vigilância para estimar a incidência e a distribuição etária dos casos, além de métodos estatísticos para calcular incertezas.
O trabalho foi publicado na “The Lancet”, coincidindo com a semana mundial de vacinação.
Brasil conseguiu controlar a letalidade da doença Em 2010, houve 139,3 mil mortes por sarampo no mundo, contra 535,3 mil em 2000.
Índia e África representaram, respectivamente, 47% e 36% das mortes globais.
A explicação para estes números é a cobertura relativamente baixa da vacina de sarampo: 74% na Índia e 76% na África.
O Sudeste da Ásia, sem a Índia, vacinou 79% em 2010.
Esta percentagem foi de 93% nas Américas e 95% na Europa, enquanto a cobertura global foi de 85%.
A imunização é a principal razão da queda da mortalidade, dizem os pesquisadores.
Graças à vacinação, a meta anterior, de redução das mortes por sarampo pela metade, considerado os níveis registrados em 1999 na comparação com 2005, conseguiu ser batida.
A transmissão endêmica do vírus do sarampo foi interrompida nas Américas em 2002.
Quatro das cinco regiões da OMS (todas exceto o Sudeste da Ásia) já anunciaram a eliminação do sarampo até, no máximo, 2020.
O Brasil registrou 480 mortes pela doença em 1990.
Já em 1992, foram menos de 40 óbitos no país.
Houve um pico em 1997 (60 mortes), mas a letalidade está controlada.
Em 2010, depois de anos sem sequer um caso de sarampo, houve 63 registros no Ministério da Saúde, sem sequer uma morte relacionada a eles.