Movimento da Reforma Sanitária entrega a Agenda Estratégica ao Ministro da Saúde

Foto: Monique Rodrigues

O Ministro Alexandre Padilha recebeu, na sexta-feira (05), das mãos de representantes do Movimento da Reforma Sanitária a Agenda Estratégica para a Saúde no Brasil. A solenidade aconteceu, às 15h, na Tenda da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Segundo os militantes do movimento, o Brasil só deixará de ser um país com contrastes gritantes, entre a riqueza produzida e a qualidade de vida da população, quando forem dados passos definitivos para garantir o direito à saúde. Com esse objetivo, a Agenda apresenta sugestões de estratégias para consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS), traduzidas em cinco diretrizes: Saúde, meio ambiente, crescimento econômico e desenvolvimento social; garantia de acesso a serviços de saúde de qualidade; investimentos – superar a insuficiência e a ineficiência; institucionalização e gestão do sistema de serviços de saúde e; complexo econômico e industrial da saúde. As entidades signatárias do documento são: Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME), Associação Paulista de Saúde Pública (APSP), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Associação Brasileira Rede Unida (Rede Unida), Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

Ao abrir a atividade, o presidente da Associação Brasileira de Pós-graduação de Saúde Coletiva (Abrasco), Luiz Augusto Facchini, disse que a intenção do encontro era o de fortalecer o diálogo entre o movimento da reforma sanitária e o Ministério da Saúde em torno dos princípios do SUS e dos interesses da maioria da população. “Nós queremos compartilhar as nossas angústias e expectativas, mas mais do que angústias e preocupações, queremos priorizar o debate sobre compromissos em favor de uma agenda estratégica para a saúde no Brasil que seja capaz de elevar o desempenho do Sistema Única de Saúde (SUS) e de melhorar efetivamente as condições da saúde da população. Segundo ele, a Agenda é um esforço bem-sucedido da capacidade de diálogo entre os militantes da reforma sanitária em favor do pleno alcance dos propósitos e fundamentos do SUS. “É o entendimento que a saúde é desenvolvimento e, por isso, precisa ocupar a posição central nas políticas de desenvolvimento do país, disse ele, acrescentando que a agenda será sempre um documento em constante transformação, pois, sustentou, de maneira alguma é a saúde pode ser um assunto finalizado.

Em seu discurso, a presidente do Cebes, Ana Costa, justificou a presença da instituição entre os signatários do documento por sua trajetória de mais de três décadas de lutas em prol da democracia e liberdade, tendo a saúde como a principal referência para uma sociedade justa para os brasileiros. “Neste ano, o Cebes completa 35 anos. Somos a instituição mais antiga no processo da reforma sanitária. E é com muita alegria que nesse período estamos sempre nos renovando. Nos últimos quatro anos, passamos pelo que denominamos refundação do Cebes, que surgiu num momento estratégico em que avaliávamos que era necessária a retomada do pensamento crítico, da reflexão, da ação política, que sempre caracterizou a entidade. E é com essa alegria que o Cebes acredita nesse momento”. Ana Costa informou ainda que a instituição tem atraído nos últimos anos muitos jovens ativistas de várias partes do Brasil. A força dessa juventude cresceu tanto que parte da chamada “nova geração cebiana” está representada na atual diretoria, eleita nos último Simpósio do Cebes, no mês passado, em Brasília. “Essa renovação nos orgulha muito, porque ela reflete uma grande efervescência do debate nos estados. Nós contamos hoje com 27 núcleos espalhados por todo o território nacional que conseguem mobilizar, ao mesmo tempo, antigos cebianos e a juventude”, acrescentou.

O Ministro Alexandre Padilha elogiou a disposição do movimento da reforma sanitária de dar continuidade aos trabalhos iniciados em janeiro, quando representantes do grupo entregaram uma primeira versão da Agenda Estratégica à presidente Dilma Rousseff. “Quero destacar a força desse momento. Eu estou muito feliz porque em dezembro a primeira agenda foi entrega à presidente Dilma (Rousseff). Aquele documento apontava caminhos importantes, mas estava aquém do que vocês podiam fazer, disse. Padillha destacou que a publicação nasce num momento importante para o país não só por ter sido finalizada às vésperas da 14ª Conferência Nacional de Saúde, mas sobretudo, “porque o documento marca a construção de uma aliança da sociedade em torno do tema Saúde”, afirmou.