Mulheres Negras: Este Ministério da Saúde não nos representa
Nota da AMNB em repúdio à decisão do Ministério da Saúde
A ARTICULAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES DE MULHERES NEGRAS BRASILEIRAS, repudia o cancelamento da campanha “Sou prostituta e sou feliz”, que culminou com a demissão do Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e sua equipe. Tal gesto injustificável por parte do Ministro da Saúde reafirma seu descompromisso com o direito à saúde das populações excluídas. Ao mesmo tempo, traduz sua opção por uma gestão conservadora e privatista da saúde pública.
Ao ignorar a diversidade social e romper com um dos pilares da promoção de saúde que é o empoderamento d@s sujeitos a quem as ações se destinam, o Ministério da Saúde trai uma das grandes conquistas da sociedade civil brasileira, que é o direito à participação, a representar e ser representado. E desrespeita o fato de que as prostitutas são parte importante desta sociedade que lutou e conquistou a democracia, o SUS e a Política Nacional de HIV/AIDS que, antes da atual gestão, foi um exemplo para mundo.
Ao atender mais uma vez às ordens de setores religiosos extremistas e conservadores, o Ministério da Saúde subjuga a determinação constitucional por um estado laico a seus interesses eleitoreiros menores.
Este Ministério da Saúde que considera a indiferença a melhor forma de enfrentar o racismo institucional no SUS, abandona a Política nacional de Saúde Integral da População Negra e ignora as necessidades de saúde das mulheres negras, permitindo a continuidade das altas taxas de mortalidade entre nós, que propaga o sofrimento e a perseguição como tratamento para usuários de crack, que entrega bens públicos ao mercado e, que desrespeita as decisões da XIV Conferência Nacional de Saúde NÃO NOS REPRESENTA!