Mundo terá 1,4 bilhão em favelas até 2020, diz ONU

A relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para Moradia Adequada, Raquel Rolnik, afirmou que o mundo precisa de políticas mais inclusivas para melhorar as condições habitacionais da população. Numa mensagem para marcar o Dia Mundial da Habitação, dia 06 de outubro, a relatora da ONU afirmou que um em cada três moradores de cidades, vive em favelas.

Políticas Corretas

Segundo ela, se nada for feito, o mundo terá 1,4 bilhão de pessoas morando nestas condições até 2020. Ao contrário de 998 milhões, atualmente.

Em entrevista à Rádio ONU, Raquel Rolnik afirmou que em muitos casos, por questão de segurança, é preciso remover os moradores de suas comunidades. Mas para ela, isso pode ser evitado com políticas de urbanização corretas.

“Existe sim, como eu insisto, muitas vezes a necessidade de remoção. Mas o que dizemos é que independentemente se a solução melhor ou desejo é sair ou ficar, o direito de ter reconhecida sua posse neste local, este direito é inequívoco do ponto de vista de uma política urbano-habitacional includente”, afirmou.

Brechas

Segundo o especialista Carlos Alberto Paranhos, do UN-Habitat no Brasil, o abismo social ainda é um problema para a maioria dos centros urbanos na América Latina. De acordo com Paranhos, os níveis de desigualdade social estão entre os maiores do mundo.

“Apesar de haver muita pobreza, o que mais chama a atenção não é tanto a pobreza, mas a desigualdade. A tremenda brecha que existe entre as famílias de pessoas mais ricas e as mais pobres. Entre as famílias que têm todo os direitos à cidade, à habitação, a emprego e a serviços e as famílias que mal conseguem sobreviver de um dia ao outro”, afirmou.

Neste ano, a capital de Angola, Luanda, está liderando as comemorações do Dia Mundial da Habitação sob o tema “Cidades Harmoniosas”.

O objetivo da data, marcada na primeira segunda-feira de outubro, é refletir sobre as condições de moradias em bairros e cidades e o direito fundamental de todos os seres humanos ao abrigo.

 

Fonte: ONU-Brasil