Países latinos participarão de pré-conferência para debater reformas na saúde
Nesta sexta e sábado, 30 e 1º de julho, acontece o Primeiro Encontro Latino-Americano Sobre Construção e Fortalecimento de Sistemas Universais de Saúde Inclusivos e Sustentáveis com 10 países envolvidos
A saúde que queremos para nós, também é a saúde que queremos para a América Latina. Nesta sexta-feira, 30, dois dias antes da 17ª Conferência Nacional de Saúde, Brasília, também será a sede do Primeiro Encontro Latino-Americano Sobre Construção e Fortalecimento de Sistemas Universais de Saúde Inclusivos e Sustentáveis.
O evento é uma promoção Cebes – Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Ministério da Saúde e OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde. A proposta deste encontro é estabelecer conexões, fortalecer e promover alianças entre pessoas, organizações e governos interessados em processos de reforma de seus sistemas de saúde, com o principal objetivo de torná-los cada vez mais alinhados e democráticos em acesso e serviços.
“O Brasil já realizou sua reforma sanitária e seguimos na luta para manter seus princípios intactos. A ideia deste encontro é contribuir com os países que estão em seus processos de reforma”, destaca a diretora do Cebes Ana Tereza Camargo. “Vamos estreitar laços com estes países e mostrar a pujança da participação popular”.
Entre os países que farão parte do encontro estão México, República Dominicana, Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai. A coordenadora da ALAMES (Associação Latino-Americana de Medicina Social e Saúde Coletiva) do Paraguai, Mariluz Martin entende este evento promovido pelo Cebes com um importante apoio aos movimentos de resistência diante dos interesses privatistas como o que já foi sinalizado pelo governo que assumirá o Paraguai a partir de agosto deste ano.
“Neste momento, após testemunhar como esses setores econômicos do complexo industrial médico-farmacêutico responderam à crise da COVID-19, priorizando o acúmulo de capital, afetando a soberania de muitos países, principalmente na América Latina e na África, e que, em última análise, aumentaram as desigualdades sociais em saúde entre o norte e o sul, inclusive entre os países da região, torna-se fundamental realizar essas alianças e fortalecer o direito à saúde da população acima do lucro”, aponta Mariluz.
Os participantes do encontro também deverão estar presentes na 17ª Conferência Nacional de Saúde, onde poderão encaminhar propostas eleitas durante os dois dias de mesas específicas e rodas de conversa. O Primeiro Encontro Latino-Americano Sobre Construção e Fortalecimento de Sistemas Universais de Saúde Inclusivos e Sustentáveis terá a participação da ALAMES e da Clacso – Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais.